25 novembro 2010

A PAZ DE UNS É O INFERNO DE OUTROS

O governador do Rio de Janeiro e a presidente eleita deveriam ser acionados pelo Procom por propaganda enganosa. Ambos passaram o período eleitoral inteiro vendendo a imagem de um Rio de Janeiro pacificado pela implantação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas favelas cariocas tomadas pelo tráfico e pela violência. Falavam como se milagrosamente os traficantes munidos de fuzis, metralhadoras e granadas tivessem sido volatilizados ou se regenerado com a ocupação dos morros por unidades policiais. Muita gente achou meio estranho a polícia de Cabral e Dilma ocupar morros sem prender uma única alma meliante ou deflagrar um só tiro. Afinal, onde foram parar os traficas com seu arsenal de fogo pesado? Foram pacificados? Passaram a tocar o negócio de modo mais discreto sem fazer alvoroço nas comunidades? Afinal, eles não eram foras da lei?
A ideia das polícias pacificadoras é excelente, faz todo sentido, demonstra que o Estado deve assumir a responsabilidade social nos morros abandonados há décadas nas mãos da bandidagem. Mas assumir os morros sem prender ninguém, sem recolher armas não poderia dar em outra coisa. E o resultado lógico, um tanto previsível a gente vê agora em todos os jornais e redes de TV: o Rio aterrorizado pela violência de bandos armados, atacando à luz do dia, queimando carros, ônibus e caminhões. Os últimos três dias somam mais de 40 veículos incendiados, embates acirrados entre policiais e bandos armados com um saldo de 23 mortos até o momento.
Ao que parece, a escassez  de recursos forçou os  escalões mais periféricos do tráfico a invadir as ruas em busca de se restabelecer. Não deu outra, como não foram presos e nem tiveram seu arsenal confiscado antes, partiram para a guerra. E quem paga o pato? Quem fica debaixo da chuva de balas, metido no caos das ruas? Os cidadãos cariocas iludidos pela lábia do governador irresponsável que preferiu sustentar um pacto artificial de não agressão com meliantes perigosos, tendo em vista não atrapalhar sua reeleição, do que fazer cumprir as leis nas favelas. Há braços!

Um comentário:

gustavo disse...

mas cedo ou mais tarde isso teria que acontecer.como vc disse ocupar o morro sem desarmar,ou prender os traficantes seria muio facil(surreal).
no entanto com todo terror que os cariocas(o brasil)tem vivido,ainda acredito que o resultado final será melhor(menos ruim) do que fazer mais acordos com traficantes,como foi feito em são paulo ha pouco tempo atrás.mas quem sofre as maiores consequenncia com essa GUERRA CIVIL(enchentes,deslisamentos)a população.afinal cidade limpa,segura,educação de qualidade,só em propaganda eleitoral mesmo.