30 dezembro 2009

POR UM 2010 MAIS CRÍTICO!

O ano chega ao fim. É hora de fazer um balanço da vida: das conquistas, das perdas, dos pontos que precisam melhorar e planejar um 2010 mais equilibrado, mais vigoroso e com mais siso ainda. Cá do nosso lado, nós continuaremos apostando nossas fichas no aprimoramento da capacidade crítica, no desenvolvimento de uma consciência livre, sem qualquer resquício de embotamento ou lavagem cerebral de esquerda ou direita ou do raio que seja. Há muita, mas muita gente mesmo em Uibaí incapaz de fazer leitura crítica, incapaz de ler com certo equilíbrio a realidade uma vez que tem a alma tomada por chavões e condicionamentos plantados pelas ideologias de esquerda e de direita que não lhe permitem ir além de rótulos e maniqueísmos artificialmente enxertados no dia a dia. Que maldição! Que pobreza é ter a vida, os desejos reduzidos a esse mecanicismo lógico (quase ilógico). É com essa preocupação pedagógica em banir os rótulos e truques que impedem as pessoas de julgar que seguiremos rumo a 2010. HÁ BRAÇOS!

23 dezembro 2009

ACAMPAMENTO CULTURAL, UMA BOA IDEIA.




Começou esta semana, no Grêmio Cultural Voz do Povo, o Acampamento Cultural. Segundo Rui de Oliveira, diretor da Aupac, a intenção é reunir a juventude até a virada do ano numa convivência permeada por música, poesia, teatro, cinema e demais manifestações culturais que forem surgindo. Os participantes, artistas e interessados vão ficar mesmo acampados no Grêmio. O acampamento vai reunir gente de Uibaí, Irecê, São Gabriel e vizinhança. Vai ser um momento interessante de troca de experiências e uma forma criativa de se livrar da mediocridade comercial e enfadonha, meramente etílica, em que transformaram as celebrações de final de ano. HÁ BRAÇOS!



21 dezembro 2009

DIAS EM OLIVENÇA

O mar azul de Olivença visto da varanda, numa foto de Líris .
Esta é uma tarde tranquila aqui em Olivença, aliás, como qualquer tarde dos dias que me acolhem nesta beira de praia do sul da Bahia. Ontem mesmo acho que começou a temporada de verão por aqui. Por essas bandas tudo vai mais ou menos devagar, como naquele poeminha do Drummond. As casas vão-se colorindo aos poucos para receber os turistas, um homem escala a prestações um coqueiro que pende para a lambida das ondas... O mar é azul como nunca, como jamais. É o que constato ao levantar por alguns segundos as vistas, ocasião em que o horizonte me inunda com água trepidando entre coqueiros e cabanas rústicas.
Tenho ótimas companhias... Minha esposa Anairam e nossas duas filhas, Líris e Sofia, partilham estes dias... Estou em família. Com sua claridade natural, Anairam se esgueira do brilho da manhã sob uma cabana plantada na areia. Anairam é bonita como é, não precisa de sol. Líris avança, destemida, rumo às ondas que se quebram na areia branca, a pele já dourada como a do caboclo que desce da barcaça ao lado com uma vara de pesca e um gancho ornado de pequenos peixes na mão. Mas alguém observa mais atentamente tudo, é Sofia. Ela arregala os olhos para o tempo e engole tudo. A menininha no carrinho azul balança um bonequinho de borracha enquanto traduz o mundo dos adultos e a natureza ao redor em sorrisos, balbucios e agitação. Sofia já sabe um bocado do nosso mundo. Olha para o mar, olha para a mãe, olha para esse escriba meio encoberto pelo computador, dá um sorriso e despreza os detalhes.
A tarde segue a conta gotas. De volta para casa, nos retemos cá no Bar e Restaurante Esperança. Minha amiga Gilda vem tagarelando lá de dentro com o periquito Juca no ombro. A cerveja gelada e a mandioquinha crocante ajudam a puxar o fim da tarde. Dizem que aqui é terra de Tupinambá... Minha mãe dizia que a bisavó dela, Maria Júlia, foi pega a dente de cachorro, uma referência direta à “delicadeza” com a qual os colonizadores do sertão baiano submetiam os índios. Minha mãe falava isso com certo orgulho, como se fosse alguém que descendia de uma estirpe que não caiu na conversa fiada dos invasores, que não trocou a alma por espelhinhos ou qualquer forma maquiavélica de sedução. A declaração de minha mãe me diz muito. Diz inclusive que sou tataraneto de índios. Isso é bom...
 Ainda não estabeleci contato com os tupinambás, mas daqui da varanda do Esperança, com a brisa do mar acariciando o rosto, ouço diariamente o zoar das toyotas da Funai, num sobe e desce danado, indo e voltando das reservas. Assim, vou tecendo os fios desses dias baianos, tropicais, litorâneos. E enquanto contemplo minha amiga Gilda se distraindo com o periquito no balcão do Bar Esperança, me agrada pensar, cheio de esperança, que estou em casa. Há braços!
alan oliveira machado, Olivença, 19 de dezembro de 2009.

20 dezembro 2009

OS CHEFÕES E O LADRÃO DE GALINHAS


Há décadas o Distrito Federal vem sendo saqueado por governos seguidos. Na cabeça da máfia que gerencia o esquema de saque está Joaquim Roriz. Roriz é, desde sempre, o grande chefão de todo o esquema de corrupção do DF, inclusive do mensalão que estourou agora nas mãos do governador Arruda. Arruda é cria de Roriz, mas ao que parece depois da queda de Roriz no Senado a coisa desandou no interior da máfia do governo. Na verdade, Arruda é um ladrão de galinhas perto do chefão Roriz, porém parece que Roriz está blindado pelo planalto desde o primeiro mandato de Lulla, quando se elegeu no DF usando toda a máquina pública escancaradamente e deixou o candidato do PT chupando o dedo em segundo lugar. Todo o esquema de uso da máquina pública foi descoberto, o PT DF entrou na justiça para impedir a posse de Roriz, mas o Planalto, numa negociata regida por Zé Dirceu, garantiu o mandato de Joaquim Roriz e passou um cala boca nos petistas revoltados do DF. Mais tarde veio o famoso Mensalão do PT, regido pelo trio Delúbio/Dirceu/Genoíno e o PMDB de Roriz (na época) ofereceu o ombro amigo a Lulla, que estava sob risco de impeachment.

Uma coisa não deixa de ser engraçada (para não dizer odiosa) nesse teatro eleitoral em que se tornou o Mensalão de Arruda. Qualquer um que acompanhou o silêncio protetor do PT na época do mensalão petista tem que fazer uma forcinha para não rir da cara de pau dos petistas fazendo passeata pedindo o “fora Arruda”, impeachment nele etc. Jesus Lulla de Garanhuns deve ter reformulado aquela máxima do Jesus de Nazaré: “quem não tiver pecado que atire a primeira pedra” para “quem for mais picareta que atire a primeira pedra, companheiros”! Arruda tem que ser castigado, tem que ser banido da política, mas bem que ele poderia levar Lulla, Roriz, Sarney, Renan, Collor e muitos outros com ele. HÁ BRAÇOS!



19 dezembro 2009

LULLA, O BLEFE DO BRASIL


Vem aí a maior peça eleitoral de todos os tempos. O maior trunfo publicitário de 2010. A jogada marqueteira que promete desatolar a desastrada candidatura da tiazona autoritária Dilma Rouseff para presidente. (aquela que disse que era doutora sem ser). Vem aí o filme “Lulla, o filho do Brasil”. 90% ficção e 10% biografia, 99% endeusamento 1% falha de montagem. Faltou pouco para o diretor Barretão botar uma manjedoura e os três reis magos na cena do nascimento do Lulla fictício. Lulla já se acha mais sublime do que Jesus, aliás, ele é aquele Jesus que se alia com Judas para ferrar o povo. Agora, com o filme, ele se tornará imbatível. Vai fazer inveja a Hugo Chaves que teve de pagar uma fortuna em petrodólares para o patife Oliver Stone inventar uma biografia dele.

18 dezembro 2009

SEM CPMF, A SAÚDE CONTINUA A MESMA MERDA!

Em 2007, é sempre bom refrescar a memória, o governo Lulla atuou agressivamente na zona cinzenta com o objetivo único de manter a cobrança da CPMF. A CPMF era um imposto maldito criado para resolver os problemas da saúde no país, mas que nunca foi usado para tal fim. Anualmente, o governo arrancava mais de 40 bilhões das contas dos cidadãos e espalhava em todo tipo de politicagem. Enquanto isso, a dengue se alastrava, as doenças mais sem vergonha se espalhavam pelas áreas urbanas e os hospitais e postos de saúde padeciam sem equipamentos, médicos e medicamentos. Nem precisamos dizer que depois de centenas de bilhões roubados das contas de cidadãos comuns, com a CPMF, a saúde continua na mesma. Pelo menos em 2007 ainda existia algum resquício de oposição que, organizada, derrubou a maldita CPMF.

17 dezembro 2009

RUMO AO TOTALITARISMO VERMELHO


O governo lulista gastou uma pequena fortuna para realizar a conferência nacional de comunicação (confecom). Declarou gasto de seis milhões. Delubianamente falando, é claro que o “dinheiro não contabilizado” deve ser o triplo do declarado. A conversa fiada é aquela de que a mídia precisa ser democratizada. Realmente a mídia precisa ser democratizada, pois 80% dos meios de comunicação estão, de uma ou outra forma, sob o jugo do governo petista e isso não é mesmo democrático. Ocorre que o objetivo governista na confecom é criar normas para amordaçar a liberdade de expressão, é atingir “democraticamente” os 100% de controle dos meios de comunicação. Lulla busca o aperfeiçoamento do que HugoChaves fez a pulso na Venezuela. A técnica é a mesma: eles compram o que podem comprar da imprensa. Quando atingem o domínio da área, usam a seguinte técnica: por meio da própria mídia, 80% dominada, começam a acusar a imprensa de golpista, de mentirosa, antidemocrática etc. com a única finalidade de gerar ânimo e pressão suficientes para converter ou destruir os 20% resistentes. A democracia que a turma de Lulla busca a qualquer custo é a mesma que grassa em Cuba há cinquenta anos, ou seja, uma merda de um regime totalitário fracassado que só beneficia a dinastia que está no poder. HÁ BRAÇOS!

16 dezembro 2009

CHOCANDO OVO DE SERPENTE



Não precisa ler “Arte da Guerra”, “O Príncipe” ou algo que o valha para saber que, em princípio, em política não se elege contendor. Quando coisa parecida acontece não é impossível imaginar com certa convicção o que o povão, já calejado pelas manobras da política, costuma bradar a ceu aberto: “não existe almoço grátis”! Traduzindo, se existe apoio do mais adverso segmento ou ao mais distinto adversário esse apoio certamente se converterá em algum lucro, seja monetário ou propriamente político. Melhor dizendo, ganham-se alguns cargos, alguns espaços para negociar ou mesmo um troco. Essa face da política dificilmente aparece no palco (ou dificilmente é admitida em público), ela é algo estritamente do bastidor e se mostra no que o filósofo José Gianotti chamou de “zona cinzenta da política”. Nesse território, como já dissemos por aqui em outro texto, ideologia, ética e moral perdem a solidez e ganham uma maleabilidade desfigurante.
Pessoas com rigidez ética, moral ou ideológica jamais recebem passaporte para a zona cinzenta, quando conseguem atravessar o seu véu não sobrevivem lá por muito tempo. O que predomina na zona cinzenta é o poder cru e nu. É o jogo que determina o exercício do poder. A hegemonia no poder depende da movimentação na zona cinzenta e esta é instável, se constitui muitas vezes de negociatas truculentas e exigências espúreas. Por isso, ninguém se segura por muito tempo no centro das decisões na zona cinzenta. Há certa sobrecarga de interesses subjetivos e particulares, contraditórios e até mesmo irracionais em intensa circulação na zona cinzenta, o controle desses interesses garante a aparente estabilidade do grupo que atua hegemonicamente no palco da política.
Nessa perspectiva, como qualificar os apoiadores desencantados ou não do grupo que está no poder na Canabrava? Se formos acreditar na ingenuidade deles, vamos ter de concordar que eles são imbecis e fizerem papel de idiotas, uma vez que se prestaram a chocar ovos de serpente para agora terem que se esquivar da peçonha dos rebentos. Poderíamos imaginar coisa mais vergonhosa ainda: que esses apoiadores entraram na zona cinzenta e saíram de mãos abanando, não restando alternativa a não ser choramingar, espernear e se autodenominar nova oposição. Aliás, uma “nova oposição” que não faz oposição, que não critica, que não mostra porque passou a ser “oposição” e a que se opõe exatamente. Uma “oposição” que mete o porrete em quem joga pedra no ninho de serpentes e trata os gestos mais pilantras, a bandidagem que reina no ninho do poder com tantos eufemismos e elipses que até parece aquelas mães desesperadas tentando ver o lado bom do filho meliante. Deve ser isto: chocar ovos de serpente desperta o instinto maternal. Há braços!



15 dezembro 2009

A PATACOADA AMBIENTAL

Ninguém aguenta mais essa conversa de aquecimento global... Essa pantomima publicitária vem enriquecendo um monte de malandros, incluindo o próprio Algore, pai da peça. Agora mesmo tem um monte de gente reunida em Copenhagem para fazer altos negócios. Isso mesmo. Gastar dinheiro público e fazer negócios particulares, para isso serve a tal cúpula do clima. Hoje mesmo a ministra Dilmona candidata do PT mostrou o que foi fazer lá. Disse, num ato falho fulminante que "o meio ambiente é um empecílio ao desenvolvimento" . Isso mesmo, vamos destruir o meio ambiente, esse malvadão!kkkk As últimas pesquisas científicas mostram que o gelo vem aumentando nas calotas polares. Será que esse povo ainda vai continuar a mostrar aquele pedaço de gelo caindo na propaganda de TV? Quem aguenta ver urso polar e pedaço de gelo derretendo na frente depois de quase dez anos esse pessoal repetindo a mesma coisa? Vamos ver como eles vão explicar o crescimento do gelo nos polos provocado sobretudo pelo buraco na camada de ozônio. Isso mesmo, o super malvadão buraco da camada de ozônio tá fazendo o gelo aumentar... È o que mostra a pesquisa divulgada  recentemente. A tese do aquecimento, baseada na propaganda do gelo caindo e do crescimento da camada de ozônio foi demolida. E agora, como ficarão os negócios? Pensando nas cenas que a TV mostra da cúpula de Copenhagem, o que é mais deprimente, aquele pessoal fazendo comércio lá dentro com o dinheiro público ou aquele pessoal que fica fazendo quebraquebra lá fora? O ridículo está nos dois lados, é patético. Há braços!

06 dezembro 2009

RESPONSABILIDADES E RECOMPENSAS


Lógica estranha essa que persiste no Brasil. Aqui, os melhores têm muitas responsabilidades e poucas recompensas, ao passo que os piores têm muitas recompensas e quase nenhuma responsabilidade. Essa é uma lógica que atravessa os mais variados segmentos sociais. Nem precisa dizer que grande parte dos políticos se destaca na categoria dos piores. Há braços!

01 dezembro 2009

LIÇÃO DA NATUREZA

No início desta tarde chovia aqui no bairro. O tempo sombrio açoitava o telhado com rajadas intermitentes. Eu corri, como sempre, para a janela. Aninhado no parapeito assistia à suspensão gradual da chuva e aos fios de água formando uma cortina cristalina ao longo do telhado. A chuva é agradável, o sombrio dela não tem nada de melancolia. Não vejo negatividade naquele ceu tingido de cinza, baixo e disforme como o teto de uma tenda árabe. Na verdade, corro à janela comumente para contemplar o viço das árvores gotejando e a corredeira que se forma à margem da rua.

Assistir à água descambando rua abaixo é uma experiência maravilhosa. A água é alegre, forte e vibrante. Aquele barulho, uma espécie de tagarelar líquido, me lembra a Fonte Grande no  verde, como o canabrabeiro costuma dizer. E se a gente se detém olhando a água corrente sente a força e determinação com que ela avança rumo ao seu destino. Mas há também humildade na força vibrante da corredeira: ela não enfrenta tudo  como se fosse invencível, pelo contrário, se curva a certos obstáculos, desvia-se de outros, muito embora atropele e até arraste alguns que querem ser mais do que são.

A água não vai além da sua medida. Ela mostra sempre ser o que é e pronto. A água que escorre agora na borda da rua tem um objetivo e segue obstinada rumo a alcançá-lo, sem saltar fora da sua própria medida. Ao contrário de muitas pessoas, a água não quer ir além do que é e nem aceita ser menos. Contemplar silenciosamente a água da chuva descendo em enxurrada é uma lição. Há sabedoria naquele movimento inexorável da natureza. Tenho para mim que ele nos diz: seja alegre, vibrante, siga firme o seu destino, não se abata por obstáculos minúsculos e seja flexível com o que vai além de suas forças. Mas siga, siga sempre... alegre e vibrante em direção a seus objetivos. Essa é a boa lição da natureza. Há braços!