18 outubro 2010

BOCA DO INFERNO-63: O STÉDILE DO PETRÓLEO

Sérgio Gabrielli é petista e é também presidente da Petrobrás. Essa cria do petismo foi um dos principais responsáveis pela privatização da Petrobras. Sim, os petistas tomaram conta dos bilionários fundos de pensão da Petrobras, lotearam aquele espaço como se fosse um naco de terra invadido pelo MST. Achando pouco, lotearam perigosamente a administração da empresa de petróleo brasileira. Entregaram bons nacos a companheiros e aliados. Houve funcionário executivo qualificado e de carreira tomando pé na bunda aqui e acolá para ceder o espaço a apadrinhados políticos dos aliados do governo Lulla. Collor de Mello, por exemplo, depois que virou amigão e colaborador do petismo, reivindicou sua gleba no particular latifúndio estatal do petróleo e dizem que houve gerente e diretor, funcionários efetivos, desalojados da gleba de Collor, tendo que juntar os trapinhos para ir armar acampamento em terras menos produtivas. Gabrielli é uma espécie de Stedile do petróleo e entre suas pretensões está o governo da Bahia após esse novo mandato do Galeguim dos zói azul. Talvez ele consiga se até lá a Petrobras não for reestatizada. Há braços!

O VALE-TUDO

Na oposição, os petistas e congêneres se comportavam como os reis da ética e da probidade, sempre dispostos a denunciar falcatruas, a satanizar adversários ou algo que o valha. Mas havia mesmo assim uma  fissura no comportamento deles que deixava a mostra a matéria de que eram realmente feitos: eles não apenas se calavam diante dos crimes praticados pelos membros do próprio grupo como muitas vezes trabalhavam para esconder tais delitos.  
 Na situação, os petistas são os reis do vale-tudo e do pode-tudo: vão do esgoto ao mais puro ambiente sem titubear. Vão de deus ao diabo num piscar de olhos. O que importa mesmo é garantir privilégios, é estar no comando.  Neste segundo turno, eles perceberam que precisam intensificar o trabalho sujo para poder garantir os privilégios que a máquina estatal oferece a quem não tem outro interesse que não seja continuar na vida mansa que o capital público proporciona a gente desonesta. Então a gente vê a mentirada, o jogo rasteiro e tudo mais prosperar em lugar do debate de propostas, de idéias e de soluções para manter o ritmo de crescimento socioeconômico em que o país entrou do primeiro mandato de FHC para cá. Há braços!

17 outubro 2010

ESTA NOITE

esta noite
pétalas de rosa
reclamam lá fora
do peso do orvalho
em suas vidas fugazes
e do seu sofrimento 
exala o melhor perfume
a noite escura é doce e convidativa
o úmido e o túmido se encontram
e as rosas com sua vaidade
enfiada na escuridão da noite
pensam que nada têm a mostrar
e enquanto reclamam 
impregnam o ar com o suave aroma
que chega em leves rajadas
mas as rosas passam
por isso têm pressa 
esta noite e nunca outra
esta noite, estas pernas, esta boca.
elas presentes como um nada que intoxica,
como um vento a acudir os pulmões
como se fosse a última vez
Collige virgo, rosas, dum flos novas et nova pubes
 et memor esto aevum sic properare tuum.


HÁ BRAÇOS!

15 outubro 2010

ENTRAM EM CENA OS TOCADORES DE REBANHO

A campanha da boneca inventada por Lulla desandou. A eleição está mais indefinida do que nunca. O tsunami de mentiras mal montadas pelo petismo vem engolindo impiedosamente o que sobrou de crença nas mistificações do lullismo. Os currais ideológicos estão com as cercas cheias de brechas com gente escapando aos bolos. Esta semana o petismo tratou de acionar seus tocadores de rebanho para tentar reverter a agitação e criar animosidade para conter a fuga do gado. Foi então que surgiu um daqueles famosos manifestos de "intelectuais" em defesa do saco de mentiras grosseiras que virou a campanha de Dilma. Lá estavam as figurinhas de sempre puxando a lista: Emir Sader, Marilena Chaui, Chico Buarque, Maria da Conceição Tavares e por aí vai. Dilma se enrolou com a corda vermelha que o petismo teceu e agora quer dizer que tal corda é azul. Entendo!
 Dessas figurinhas do tal manifesto destaco Marilena Chaui como a mais perigosa de todas. Por quê? Exatamente porque os outros não conseguem, como Chaui, transformar com tanta agilidade as opiniões vermelhas que compõem a trama do poder petista em conteúdo doutrinário disfarçado de ciência e filosofia. Estou por ver um livro de Chaui que não seja meramente manual de catecismo petista.  Desejo encontrar um sequer que não virou best seller dos meios acadêmicos empurrado em estudantes incautos dos anos iniciais de cursos universitários, sobretudo das universidades federais, país a fora.
Em seus manuais de doutrinação disfarçados de cursos de filosofia a petista uspiana sob o pretexto de ser didática injeta nos leitores, da forma mais malandra, as principais bandeiras do petismo ao longo dos anos. No livro Convite a filosofia, minha edição é de 1995, mas podemos encontrar a mesma belezinha com edição de 2007-2008, a doutrinadora do partido de Lulla dana, página a página, a imbutir as causas do partido de modo sorrateiro e unilateral. Vejamos um exemplo: na página 334 do referido manual podemos ler  o seguinte dedicado à causa do aborto: "Uma jovem descobre que está grávida. Sente que seu corpo e seu espírito ainda não estão preparados para a gravidez. Sabe que seu parceiro, mesmo que deseje apoiá-la, é tão jovem e despreparado quanto ela e que ambos não terão como se responsabilizar plenamente pela gestação, pelo parto e pela criação de um filho. Ambos estão desorientados. Não sabem se poderão contar com o auxílio de suas famílias (se as tiverem). 
Se ela for apenas estudante, terá que deixar a escola para trabalhar, a fim de pagar o parto e arcar com as
despesas da criança. Sua vida e seu futuro mudarão para sempre. Se trabalha, sabe que perderá o emprego, porque vive numa sociedade onde os patrões discriminam as mulheres grávidas, sobretudo as solteiras. Receia não contar com os amigos. Ao mesmo tempo, porém, deseja a criança, sonha com ela, mas teme
dar-lhe uma vida de miséria e ser injusta com quem não pediu para nascer. Pode fazer um aborto? Deve fazê-lo?" Vocês podem perceber aí que Chaui elenca uma sequência de argumentos de tal maneira que as perguntas finais passam a ser uma resposta. Todos os argumentos apresentados são favoráveis ao aborto. Nenhum deles é verdadeiro, eles são apenas possíveis assim como uma infinidade de outros argumentos não abortistas seriam possíveis no quadro inventado por ela, mas que intencionalmente ficaram de fora porque a abordagem dessa formadora de rebanho não permite qualquer outra opinião que não possibilite a defesa do aborto. Particularmente já disse que não sou contra o aborto. O que causa indignação aqui é a desonestidade é a indução do raciocínio por um caminho que não oferece escolhas, é o fechamento do discurso para as demais posições. O incrível é que a desonestidade intelectual dessa senhora é vendida como água na academia. E vejam que engraçado: o capítulo onde aparece essa historinha para o rebanho chama-se "A existência ética". É mole? O que poderemos esperar mais dessa gente? Há braços!

14 outubro 2010

NÃO VOTO EM MENTIRAS!

Vejam vocês que situação: os petistas já brigavam por cargos e pelos territórios do poder antes da votação do primeiro turno. Consta até que o cerimonial da Presidência da República já havia preparado o terreno para receber Lulla e sua criatura eleitoral na noite do dia 03 de outubro para o festejo da vitória. Deu no que deu: segundo turno e ferro nos petistas arrogantes. Agora, Lulla e sua cambada esperneia desesperadamente assombrado com uma possível derrota. Não sei quem vai ganhar a eleição. Esse vício de petista, de cantar a bola antes do fim do jogo não é comigo. Sei de uma coisa: voto contra a mentira e mentira o petismo tem vendido de sobra, a começar pela própria candidata que é uma invenção tosca, uma mitômana destrambelhada que trata o eleitor como débil mental. Um dia a candidata de Lulla diz uma coisa, no dia seguinte desmente e diz outra totalmente contrária numa cara de pau impressionante. É assombrosa a forma como Dilma Rousseff mente com requintes de frieza. É como se o dia anterior não existisse, coisa de mitomaníaco mesmo! Não voto em Dilma! Tenho responsabilidade! Não vou ajudar a alçar ao cargo mais importante do País uma pessoa que poderá no dia seguinte à eleição fazer o contrário do que propôs. Dilma? Tô fora! Não voto em mentiras! Não voto nem morto na abominável criatura de Lulla. Há braços!

12 outubro 2010

QUANDO A CRIANÇA É O PAI DO ADULTO

Hoje é dia das crianças? Não! Todo dia é dia de criança. Mesmo que a gente não queira, elas tomam nossas vidas com suas presenças superlativas. Isso às vezes é desnorteante. O poeta Vinícius de Morais cravou dois versos um tanto exagerados na canção de sua autoria, Cotidiano, que dão conta do que o sufoco de pais mergulhados na agitação constante e imprevisível do mundo infantil produz em termos de distorção emocional: "Aí a criançada toda chega/ Eu chego a achar Herodes natural". Só de lembrar quem foi Herodes a gente tem a medida  do mau humor do poeta. Nem parece aquele da Arca de Noé.
Infelizmente, o mundo dos adultos caminha na contramão do universo das crianças. Ele é avesso à novidade das coisas simples e banais, das coisas minúsculas e sem valor que as crianças tanto adoram. Os adultos são mais pragmáticos e escravos das utilidades da vida. As crianças não se importam com utilidades, são mais interessadas em possibilidades, em experimentações. Adoram desafios de toda natureza, são indomáveis na medida em que sempre arranjam um meio de ir em busca de um desafio. 
Meu sonho de criança era ser cientista. Em minha cabeça rondavam aqueles estereótipos de cientista que temos cristalizados em nosso senso comum. Aquele cara de avental branco, sem preocupações com a aparência, mas sempre envolvido com invenções estranhas e maravilhosas, sempre as voltas com fenômenos desconhecidos. Em meu tempo de criança passava horas sob uma latada de chuchuzeiro no fundo do quintal lá de casa inventando fórmulas, montando bonecos com luzes que acendiam, fazendo eletroímãs, manuseando cristais roxos mágicos e tudo mais... Eu e meu irmão Rui, afinal éramos dois meninos isolados entre mulheres. Antes dele havia meninas depois de mim vinha menina também. Mesmo que não quiséssemos acabávamos parceiros em algumas aventuras.
O sonho infantil de ser cientista conduziu-me para a Ciência. Adulto, enfrento as incertezas do mundo da linguagem: formulo questões, observo fenômenos, proponho explicações. Vivo enrolado com questões filosóficas que meu objeto de pesquisa científica,  a língua em movimento, me oferece. Nesse ponto, sou um adulto realizado, porque concretizei o sonho da criança que brincava debaixo do chuchuzeiro, em meio às bugigangas que se transformavam nas mais gostosas fantasias. E você, leitor, quanto há da criança que foi um dia na sua vida atual? Há braços!

11 outubro 2010

O MAU PATRÃO

Por Yoani Sánches, direto de Cuba.*


Uma das discussões mais freqüentes quando se fala de Cuba é se podemos qualificar essa realidade na qual vivemos de “socialista”. Para minha geração, que se criou em meio a livros de marxismo, manuais de comunismo científico e tomos com os textos de Lênin, fica difícil identificar este modelo com o apontado naquelas obras. Quando alguém me pergunta a respeito, digo que nesta Ilha vivemos sob um capitalismo de estado e, se assim posso dizer, sob um latifúndio de partido... de clã  familiar.
Minha teoria faz sentido uma vez que naqueles antigos livros que  me obrigavam a estudar, havia uma linha imprescindível para caracterizar uma sociedade socialista: que os meios de produção estivessem nas mãos dos trabalhadores. Entretanto ao meu redor o que vejo é um Estado proprietário total, dono das máquinas, das indústrias, da infraestrutura de uma nação e de todas as decisões que se tomam sobre ela. Um patrão que paga salários baixíssimos e ainda exige de seus  empregados  o aplauso e a subserviência ideológica.
Esse dono avarento adverte agora que não pode continuar dando trabalho a mais de um milhão de pessoas nos setores públicos e empresariais. “Para avançar o desenvolvimento e a atualização do modelo econômico”, nos  diz que devem reduzir-se drasticamente o quadro de ocupação do Estado, enquanto abre apenas pequenos espaços para as atividades autônomas. Até a Central de Trabalhadores de Cuba, único sindicato permitido no país, informa que as demissões são irreversíveis e que devemos aceitá-las com disciplina. Triste papel para quem deveria representar e defender os direitos de seus filiados diante do poder e não o contrário.
O que fará o atrasado patrão que possui esta Ilha há cinco décadas quando seus desempregados de hoje se transformarem nos inconformados de amanhã? Como reagira quando a independência de trabalho e econômica dos que ocuparam os pequenos espaços de produção autônoma se converter em autonomia ideológica? Daqui a pouco  o veremos maldizer e estigmatizar os que enriquecerem, porque a mais valia, como a cadeira presidencial, só pode ser sua.
(*Yoani Sánches é filóloga cubana, vive em Havana, e escreve direto de Cuba para o Boca do Inferno. Tradução: Alan Oliveira Machado)









10 outubro 2010

EU NÃO PRESERVO PORCARIA

O que existe de panfleto vagabundo rondando as caixas de mensagens da rede mundial com o intuito de empurrar o eleitor de Marina e a própria para o apoio à candidatura de Dilma não é brincadeira. Todo dia aparece uma patacoada dessas em minha caixa de e-mail, algumas de uma ingenuidade tremenda, inclusive no uso de nosso idioma. Se isso funciona do jeito que é feito, tenho lá minhas dúvidas, mas que enche o saco, ahhhh isso sim! 
Minha opinião sobre Marina está no texto  Marina e os ressentidos aqui publicado em 01 de setembro de 2009, na semana em que ela saiu do PT. O fato é que Marina é uma petista ressentida e petistas ressentidos não deixam de ser petistas, embora se tornem vingativos e intolerantes como muitos que hoje habitam as legendas nanicas da esquerda. O petista ressentido não consegue enxergar ainda que errado no PT é a ideologia e que a ideologia está o tempo todo atuando nos meios do poder petista. Para o pessoal ressentido, um ex-petista de fato  nessa eleição incrivelmente ou vota nulo ou vota na Dilma. Detestam o que o PT fez e continua fazendo em termos de ética, de mentirada, de corrupção, mas entre Dilma e uma opção como Serra, eles votam em Dilma. Ouviram tanto, repetiram tanto a boataria petista contra o PSDB que desenvolveram certa incapacidade de pensar livremente, produzida por um senso maniqueísta sobre a realidade política em que o petismo é o bem e tudo que não for petismo é o mal. Serra então é o demônio e entre o demônio e deus, mesmo com os erros incômodos e grosseiros e inadmissíveis de deus, votar em José Serra constitui uma heresia. O embotamento mental provocado por anos de consumo de panfletos petistas os incapacita para cometer qualquer ato fora do ajuste cognitivo criado pela ideologia dos panfletos. Assim, acabo achando que os ressentidos votam em Dilma e quem vota nulo certamente está tentando preservar o petismo. Eu não preservo porcaria, lixo ideológico. Votar contra Dilma e contra o petismo é votar em José Serra 45. Há braços!

08 outubro 2010

QUEM QUER COMER GRAMA E LER O GRANMA?

A imprensa dos sonhos do petismo é aquela que existe na Cuba da ditadura castrista. Lá grande parte da população lê o Granma (quando lê) enquanto come grama. O jornal do governo cubano é o único com circulação permitida, ele e seus braços em forma de pequenos panfletos diários que só noticiam o que o governo quer. Qualquer transtorno ou descontentamento registrado no meio social cubano, que está jogado às traças em nome da ideologia autoritária de um grupo lotado no poder há mais de 50 anos, é abafado ou distorcido. Os responsáveis são perseguidos, fichados e têm uma biografia falsa, pontilhada de crimes, divulgada no Granma e em suas extensões como forma de liquidar os descontentes e intimidar a massa revoltada. 
Essa é a "imprensa" ideal de Lulla. Não foi ele quem disse outro dia que a "midia" como gostam de falar, deveria  publicar só coisas boas e corretas, sendo que bom e correto é apenas o que o petismo decide que é bom e correto? Pois então é isso: a imprensa boa é a que em vez de divulgar fatos, denunciar práticas ilegais e imorais passa a ser propagandista do poder. A turma de Lulla gosta de rebanho e para manter o rebanho dentro das cercas do petismo, a imprensa tem que fazer o papel de propagadora da horizontalidade ideológica do petismo, do contrário torna-se intolerável. Aliás, tudo que foge aos arreios dessa gente da parte deles merece abominação. Esse é o lado autoritário, desprezível de uma ideologia que não aceita a pluralidade, a diferença,  a opinião contrária. Para eles, estaria de bom tamanho o povo ler algo como o Granma enquanto pasta como um rebanho dócil. 
O que busca esse tipo de ideologia é uma espécie de monocultura do poder que, ao obter êxito, se desdobra automaticamente em monocultura do saber e outras monoculturas. Tempos atrás estive em um debate em Salvador e presenciei com estupefação um professor da Uesf defender com ojeriza o banimento de revistas e livros desagradáveis à mentalidade de esquerda de dentro das salas de aula. Segundo ele, tais instrumentos contribuíam para deseducar os jovens. Fiquei horrorizado com a posição enfática do professor e tratei de passar-lhe um vexame público.  Defendi que  a sala de aula, além de ser espaço do cultivo e aprimoramento do saber formal, é espaço de questionamento, de convivência com a diversidade, de debate de ideias, de reflexão sobre diferenças, conflitos sociais e subjetivos os mais variados, sendo isso o motor do processo educativo que propicia o crescimento da consciência e naturalmente o fortalecimento do senso crítico e da cidadania. Não seria adequado a esse tipo de espaço reproduzir o monólogo político de uma ideologia.
 Como espaço de educação, a sala de aula deve se manter aberta para a pluralidade dos discursos que vicejam na sociedade, pois não existe processo educativo em espaços ideologicamente fechados, existe sim domesticação, bitolação, embrutecimento mental. Nisso acabei sendo desagradável com parte dos que estavam no debate, mas  o que fiz apenas foi criticar a prática ideológica que alimenta uma certa pedagogia do rebanho que impera no meio educacional. Na verdade, o petismo critica tanto a imprensa porque ela ainda não está totalmente amordaçada como a educação. Há braços!

06 outubro 2010

O PIOR DE TUDO É A MENTIRA

Sobre a polêmica atual da legalização do aborto, defendida pelo PT desde os anos de 1980, irrita uma coisa: para mim não é a legalização ou não do aborto que deveria ser  polêmica no momento. No momento, polêmico é o PT e sua candidata tentarem esconder o que sempre defenderam por motivos meramente eleitorais. Todo mundo sabe que os petistas sempre defenderam o aborto. Eu que já fui petista (deixei de ser há 21 anos quanto recolhi minha ficha de filiação) desde aquele período já defendia a legalização do aborto.Na época saiu um longo artigo na revista petista Tendências & debates, em defesa do direito de abortar, que era referência para a militância mais intelectualizada. A legalização constituia uma reivindicação da ala feminista do partido. Eu considerava justa e ainda considero. Não vou aqui fazer o horroroso jogo duplo que a turma da Dilma está fazendo. Para mim o lamentável não é a Dilma ser a favor ou contra o aborto. O lamentável e inadmissível é ela mentir descaradamente. A internete está cheia de declarações filmadas da candidata petista defendendo o aborto. Aqui mesmo neste blog vocês poderão ver uma postagem de setembro de 2009,  A ética do PTna qual anuncio a vergonhosa punição que o PT aplicou, naquele ano, a dois de seus deputados porque não apoiavam a tese do partido favorável ao aborto. Mentira não dá. Como acreditar numa pessoa que quer ser presidente e antes mesmo de se eleger já se compromete a sustentar mentiras bobas e grosseiras como essa? Depois de eleita vai aprontar o que, se acha natural bancar a mentirada?Aí é duro: Dilma não apenas mente como também é uma mentira e isso tudo a desqualifica para o cargo. Há braços!

BESTEIRAS ELEITOREIRAS

Eleição casada com marketing cria cada besteira. Muitas delas, de tão superficiais e óbvias, chegam a ser pura desonestidade. Vejamos duas dessas besteiras que rondam pelos meios de comunicação e pelas bocas de militantes acima e abaixo com a única finalidade de ludibriar o eleitor: a primeira coisa é essa conversa, que inclusive está na Folha de São Paulo de hoje, de que "estão tentando politizar o caso Erenice". Trata-se  daquela lambança na Casa Civil na qual a ministra Erenice mantinha um cabide de empregos familiares e um balcão de negociatas. Um jornal decente deveria se negar a publicar tal coisa. O caso é o seguinte: existe concurso público para Ministro Chefe da Casa Civil? Não, não existe! O cargo é POLÍTICO. Supõe-se que sendo o cargo político, indicado por um partido ou por uma facção política não dá para despolitizar os erros de nenhum militante que ocupar a chefia da Casa Civil, principalmente quando tais erros têm as características sórdidas dos que foram ali cometidos pela turma da Dilma. Como despolitizar as maracutaias da Casa Civil? Se fosse um cargo preenchido por concurso até que dava. Não é o caso. Então é balela esse papo de "estão politizando o caso Erenice".
A outra coisa é a seguinte: que me desculpem as mulheres e demais pessoas de boa fé, mas esse papo de primeira mulher presidente é demagogia pura, coisa de vigarista. Que diferença isso faz em política? Cristina kirchiner é mulher, Margareth Tatcher idem, que diferença fizeram para a Argentina e a Inglaterra no que tange à política? Nenhuma. Política não tem sexo! Os interesses nesse campo transcendem os gêneros. Há braços!

05 outubro 2010

MEUS ÓCULOS SEM LENTES

Ontem sai de casa meio apressado para o trabalho. Livros e agenda debaixo do braço, uma maçã mordida na mão esquerda e os óculos... Cadê os óculos? Avistei-os sobre um rádio à válvula A Voz de Ouro que temos aqui em casa. Coisa rara o rádio de madeira envernizada com um painel de tecido enviesado por fios dourados. Funciona perfeitamente esse aparato que para os jovens de hoje parece coisa dos tempos das cavernas. Sim, mas ia falar mesmo dos óculos: tomei-os apressado, os pus sobre o nariz e me fui mordendo a maçã sob uma cinza manhã de segunda-feira.
A manhã já ia alta. Eu conversava com pessoas... Atendia outras sem me dar conta de que algo estava errado: os óculos estavam sem as duas lentes. A pequenina Sofia, a andarilha curiosa mais nova lá de casa os havia encontrado dando sopa na borda da mesa do computador e tentou desvendar o mistério daquele objeto que os adultos insistem em manter na frente dos olhos tornando-os seres estranhos e diferentes dela.
Em dado momento, depois de um movimento brusco da cabeça fui ajustar os óculos no rosto e me dei conta da ausência das lentes. Fiquei desconcertado. Como não percebi antes? Acho que os óculos psicológicos, aqueles inventados mentalmente pelo uso, encobriram a ausência de lentes. Mas o que pensaram as pessoas que atendi durante a manhã? Decerto devem ter imaginado que eu era uma versão do personagem de Luis Fernando Veríssimo no conto O nariz, no qual um dentista  "Um homem sério, sóbrio, sem opiniões surpreendentes mas uma sólida reputação como profissional e cidadão" resolveu usar um nariz postiço, daqueles que vêm com um aro de óculos e um bigodinho grudados, e criou o maior reboliço na família e nos espaços sociais que frequentava. Porém, nos tempos de agora as pessoas fazem ou convivem com tanta coisa esquisita e naturalizam tanta bizarrice que atendê-los com óculos sem lentes como fiz hoje, ao contrário do que aconteceu na narrativa instrutiva e divertida de  Veríssimo não causou espanto algum. Pelo menos foi o que constatei. Há braços!

04 outubro 2010

BOCA DO INFERNO-62: RECADOS DAS URNAS

Hoje é um dia interessante para se ouvir rádio e ver TV. Ocorre que os institutos de pesquisa que forçavam a eleição de Dilma no primeiro turno agora fazem contorcionismo para explicar o erro grosseiro. Há uma corrida de comentaristas e representantes de institutos tentando provar que no fundo eles estavam certos mesmo estando errados.  Agora há pouco ouvi um desses sociólogos de plantão afirmar que o Ibope acertou, pelo fato de ter dito que Dilma ia levar no primeiro turno, mas  que não era uma certeza absoluta. Detalhe, o Ibope estava dando uma vantagem de sete pontos para Dilma sobre a soma dos demais candidatos. Se isso não é errar feio seria o quê mesmo? Digam vocês: a opinião desse sociólogo é ou  não é  vigarice pura?
Apenas o Datafolha se aproximou do resultado real das eleições para presidente. Outros institutos como Ibope, Vox Populi e Sensus davam de sete a doze pontos de frente a Dilma sobre a soma dos demais candidatos. Isso deve ter sido coisa armada pela imprensa burguesa, golpista... Ainda não saíram com essa conversa, mas não esperem invenções menos cínicas desse pessoal. Basta notar que para limpar a imagem  desgastada essa gente aparece hoje nos meios de comunicação com seus sociólogos de aluguel e pitaqueiros a soldo que mesmo com o resultado das eleições nas mãos insistem em disfarçar os chutes planejados e malsucedidos. Pelo tipo de desculpa esfarrapada que estão dando possivelmente eles vão repetir a mesma pantomima neste segundo turno. Esperem e vejam! Há braços!

03 outubro 2010

O GALEGUIM FOI ESPERTO

Na Bahia, o Galeguim dos zoi azul, ao fazer um esquema gramsciano de infiltração petista em todo o estado, com a invenção dos territórios de cultura etc, regidos por capas bem pagos, atingiu a hegemonia e se reelegeu no primeiro turno levando ainda dois senadores. Wagner representa a única parte real do delírio eleitoral totalitário de Lulla.
E há outra notícia que esquecemos de emitir: em Brasília foi eleito a Deputado Distrital o senhor Agaciel Maia, aquele testa de ferro de Sarney no Senado, o diretor que articulava e geria o imenso cabide de empregos da família Sarney naquela casa. Há braços!

A RODA VAI GIRANDO E ENSINANDO O BEABÁ DA DEMOCRACIA AOS LULLISTAS

Em São Paulo e em Minas, o petismo tomou pau no primeiro turno. Minas fez cabelo barba e bigode em cima da turma lullista. Ali, particularmente Lulla e Dilma impuseram a candidatura de Hélio Costa do Pmdb. O PT local se arrebentou e também ajudou a arrebentar a candidatura de Costa. Aécio massacrou a turma de Lulla, elegeu os dois senadores, o governador e os deputados mais votados. Quer resposta mais violenta? Em São Paulo Lulla berrou, Mercadante cacarejou, Dilma mugiu, mas o que houve? Marta caiu, Netinho pagodeiro rodou e Alkmin faturou no primeiro turno. No Tocantins, a turma de Lulla que implantou a censura no estado recebeu uma resposta dura: a oposição venceu de virada no primeiro turno!Eles se empolgaram demais com aquele papo inconsequente de Lulla sobre a "mídia golpista, partidária", blablablá... e se deram mal. Há braços!

BRASÍLIA TAMBÉM DÁ SEU RECADO

Em Brasília o povo também vai dando um recadinho ao petismo. Ao despejar votos no Psol, a população confirmou a desconfiança no candidato petista Agnelo em cuja coligação abriga parte da galera do lamaçal. A eleição, contrariando o petismo, vai para o segundo turno. Weslian, a Dilma de Roriz, com todo aquele porte demonstrado no último debate vai dar continuidade junto com Agnelo ao escatológico teatro político da capital. E pensar que Brasília um dia até que já teve certo nível político. A triste Brasília da era Lulla está nas mãos dos eleitores. Se a maioria anulasse os votos no segundo turno, a capital seria obrigada a realizar novas eleições e os candidatos atuais estariam impedidos de se candidatar. Seria uma saída drástica, mas quem sabe a coisa não mudava um pouco de cara? Há braços!

O BRASIL DÁ UMA LIÇÃO A LULLA E SUA TURMA

A eleição presidencial vai para o segundo turno. Nenhum demagogo poderá negar o que as urnas disseram. Nenhum blog sem vergonha ou jornalista de aluguel poderá negar isso. Lulla, o faraó do Brasil, achava que não. Dilma, sua Weslian, achava que não. A Presidência da República já havia até reservado a festa de hoje. O povo disse não, a democracia vai dando um recadinho para o PT. Não é assim que a banda toca não minha gente... Vai devagar com a arrogância e com a fome de poder total a qualquer custo. Lulla não pode tudo e deve baixar a bola! Esse é o grande recado das urnas. O Psdb de Serra também tomou uma lição: nunca mais dê ao adversário um poder que ele não tem. O povo optou pela democracia e deu um rapa em Lulla e Dilma, com isso  acabou proporcionando uma chance para o Psdb criar vergonha na cara e agir como oposição. Há braços!

02 outubro 2010

SEM OPÇÃO DECENTE, ELEITOR DE BRASÍLIA VAI DE PSOL

O Distrito Federal possivelmente dará uma resposta à bandalheira política que tomou conta do poder e que está representada nas candidaturas majoritárias nestas eleições. Na verdade, os grupos de poder responsáveis pelo caos político na Capital do País estão todos acomodados sob a representação da candidatura de Agnelo pelo PT e Weslian Roriz pelo PSC. Qualquer um dos dois que ganhar estará levando para dentro do Palácio do Buriti as quadrilhas que depredaram a máquina pública distrital nos últimos anos.
Há pessoas que, horrorizadas com o lamaçal político, se apressam a declarar voto  para Agnelo pensando que estará livrando Brasília dos ratos indecentes que a corroem. Esses estão completamente enganados. Agem pela emoção e não pela razão. Felizmente, de última hora,  vemos crescer nas pesquisas o candidato  Toninho do Psol. Isso é um bom sinal. Não pelo Psol e sua ideologia autoritária, mas porque indica que os eleitores aos poucos estão percebendo que a turma do petismo e a do rorizismo estão no mesmo saco, representam a continuidade do caos. O Psol sobe embalado por gestos de rejeição e repúdio aos candidatos que estão à frente nas pesquisas. Há braços! 

A ESQUERDA EDIPIANA

Plínio, o velhinho maluquinho, também foi traido pelo inconsciente no último debate da eleição presidencial. Em determinado momento,em vez de falar meu partido o Psol, falou meu partido o PT, o que corrigiu rapidamente. O ato falho de Plínio justifica o comportamento da esquerda nanica. Prova aquela tendência psicanalítica, já apontada aqui, de proteger o papai petismo da fúria do mundo exterior para tentar castrá-lo em casa, na intimidade, operando o rito simbólico de passagem da situação de filho para a de pai. Tal perturbação inconsciente explica que o processo de castração ainda não teve sucesso. Nesse caso, o ódio e o amor  pelo papai petismo se misturam em ações e atitudes. Assim, eles xingam e batem o pé e estrilam nos seus textinhos sobre o petismo, mas no fundo são traídos pela origem, são traídos pelo amor e seus textinhos  acabam sempre, de uma forma ou de outra, fazendo campanha em favor das escolhas do papai. Não foi a toa que Plínio comemorou nas suas considerações finais sobre o debate o fato de a maioria do seu apoio vir da juventude. Estão vendo, a realidade não mente. Quem mais se interessaria pelos arroubos imaturos e juvenis dos nanicos da esquerda senão gente mal resolvida ou jovens que ainda não têm a dimensão das responsabilidades da vida adulta? Há braços! 

01 outubro 2010

OS RASTROS DA MENTIRA

Dilma Rousseff, a Wesliam de Lulla, cometeu um ato falho  no debate de ontem. Pressionada por uma pergunta do ex-petista Plínio de Arruda (o velhinho maluquinho) sobre a transparência do PT com relação às doações de campanha, ela arrancou gargalhadas da plateia ao impulsivamente responder que "todas as doações oficiais estão declaradas" no site do seu partido. Isso quer dizer muito, sobretudo que o PT não declarou todas as doações que recebeu, que há um lote de doações subterrâneas que não pode ser declarado oficialmente. Todo mundo sabe por que, não? Lembram-se do Delúbio Soares que chamava caixa-dois de dinheiro não contabilizado? Pois então, essa parece que continua sendo a tática do partido de Lulla.
Outra coisa, Dilma mentiu o tempo todo. Quem observou bem a candidata percebeu que sempre que se enrolava com uma pergunta ela dava uma paradinha e olhava para cima e à direita. Fez isso o tempo todo, aliás, faz isso compulsivamente desde que se tornou candidata. Vocês sabem o que isso quer dizer? Respondo sem receio: neurofisiologicamente o movimento dos olhos está ligado a estados mentais específicos. Quando se olha para cima e  à esquerda se está relembrando em imagens coisas vivenciadas, acontecidas, porém quando se  está olhando para cima e à direita, este é o caso de Dilma, se está inventando imagens, elaborando ficcionalmente situações ou coisas. Fica fácil identificar um mentiroso observando meticulosamente o movimento ocular que faz ao responder determinadas perguntas. Quem quiser constatar esse dado neurolinguístico basta acessar as imagens do debate. No caso de Dilma a coisa é tão acintosa que ela não somente olha para cima e à direita, como  também inclina a cabeça naquela direção. Há braços!