17 outubro 2010

ESTA NOITE

esta noite
pétalas de rosa
reclamam lá fora
do peso do orvalho
em suas vidas fugazes
e do seu sofrimento 
exala o melhor perfume
a noite escura é doce e convidativa
o úmido e o túmido se encontram
e as rosas com sua vaidade
enfiada na escuridão da noite
pensam que nada têm a mostrar
e enquanto reclamam 
impregnam o ar com o suave aroma
que chega em leves rajadas
mas as rosas passam
por isso têm pressa 
esta noite e nunca outra
esta noite, estas pernas, esta boca.
elas presentes como um nada que intoxica,
como um vento a acudir os pulmões
como se fosse a última vez
Collige virgo, rosas, dum flos novas et nova pubes
 et memor esto aevum sic properare tuum.


HÁ BRAÇOS!

Um comentário:

Juca Alencar disse...

Que reflexão bacana, boa tirada! muito lindo, a virgem, o novo e o ser consciente.