27 setembro 2009

PATACOADAS AUTORITÁRIAS DO TIO SAM DO SUL


É visível que Roberto Michelleti, presidente atual de Honduras, se for pilantra é bem menos, é infimamente menos pilantra do que a turma bolivariana que Lulla apoia servilmente. Michelleti tem sido tolerante até demais com as agressões praticadas contra seu país e contra ele mesmo pelo governo Lulla e pela trupe do Tio Chaves (o Tio Sam da América do Sul). Michelleti está demorando muito para expulsar o embaixador brasileiro de Tegucigalpa. Diante do circo desrespeitoso armado pelo Brasil e pelo Tio Chaves, a embaixada brasileira já devia ter sido fechada há tempos. É questão de respeito às leis.

Para se ter uma ideia de o quanto esse pessoal bolivariano é mais autoritário e pilantra, basta lembrar que em setembro de 2008 o índio vigarista Evo Morales expulsou o embaixador americano na Bolívia, Philip Goldberg, apenas por constatar que o diplomata não simpatizava com suas ideias. O mesmo fez, em seguida, o Tio Chaves com o embaixador americano na Venezuela Patrick Duddy. O democrático Chaves o expulsou usando o mesmo motivo alegado pelo índio vigarista. Se Michelleti fosse ao menos um pouco igual a eles, essa baixaria lá na embaixada já teria acabado. Mas ele não é. E está ajudando a destroçar a democracia de seu país sendo tolerante com gente intolerante que pratica o que costuma combater, quando o deles está na reta é claro.

Dá pra perceber agora como é o caráter dessa gente? Dá pra perceber agora que eles odeiam a democracia e usam o discurso democrático apenas para acuar os adversários, melhor, os inimigos (eles não têm adversários)? Dá pra perceber que o gosto real deles é pelo poder, é pelo autoritarismo e tutti quantti? HÁ BRAÇOS!

25 setembro 2009

FREUD EXPLICA!

Não é só Freud que explica o ato falho (para os mais aplicados, parapraxia) que Lulla cometeu hoje em entrevista concedida durante a reunião do G-20. Perguntado sobre sua opinião a respeito do programa nuclear iraniano, Lulla disse que o seu PARTIDO (em lugar de País) é o único cuja constituição proibe o uso bélico da energia nuclear... Ele substituiu PARTIDO por PAÍS em seguida, mas já era tarde, o desejo guardado no inconsciente já estava exposto. É mole? Na verdade, nem precisava de ato falho, tá na cara o leninismo anacrônico que impregna o ambiente mental do PT: o partido é o Estado! O partido é tudo! O país pouco importa, vem sempre depois do partido nesse caso. Para onde estamos caminhando mesmo? Há braços!

24 setembro 2009

A PAPAGAIADA AUTORITÁRIA DE LULLA


O comportamento desprezível do governo brasileiro em Honduras fere o Título I da nossa Constituição Federal. Tal título trata dos Princípios Fundamentais e no seu Artigo 4° podemos ler o seguinte: "A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
I. independência nacional;
II. prevalência dos direitos humanos;
III. autodeterminação dos povos;
IV. não intervenção;
V. igualdade entre Estados;
VI. defesa da paz;
VII. solução pacífica dos conflitos";
(...)

Como podemos constatar, praticamente todos os itens acima estão sendo desrespeitados pelo governo brasileiro. Com a intervenção brasileira, onde fica a autodeterminação do povo hondurenho? A intervenção brasileira (inconstitucional, como se vê) força um clima de guerra civil em Tegucigalpa. Onde fica a "defesa paz" pregada pela nossa constituição? E a solução pacífica dos conflitos"? E a "independência nacional" de Honduras? O bolivarismode Hugo Chaves, ideologia vulgar a que o governo Lulla vem se submetendo, trabalha para destruir democracias e transformá-las em ditaduras aliadas. Resta saber qual interesse o governo brasileiro tem pelas ditaduras. Estaria Lulla pavimentando o caminho para destroçar a nossa democracia também?HÁ BRAÇOS!

22 setembro 2009

A TRUCULÊNCIA LULLISTA NA AMÉRICA


O que o Brasil (melhor, o Itamarati de Lulla) está fazendo em Honduras é a coisa mais bandida e cínica que já se viu em termos de política internacional. Simplesmente, o governo brasileiro cedeu a embaixada para abrigar de forma ilegal o presidente chavista deposto Manuel Zelaya. Zelaya, retirado da cadeira de presidente, depois de desrespeitar a constituição hondurenha, foi expulso de Honduras e agora volta numa operação clandestina comandada por Hugo Chaves e gerenciada pelo governo brasileiro.

Lulla diz que o Brasil não pode tolerar golpes e ditaduras na América Latina, mas apoia a ditadura cubana. Condena o acordo colombiano de cessão de bases militares aos Estados Unidos, por se tratar de ameaça à soberania na região, mas nada diz das ações das Farcs... mas ajuda Zelaya a entrar ilegalmente em Honduras e ainda o abriga na embaixada brasileira, cedendo o espaço para tal golpista fazer comitê político. A atitude do governo brasileiro é séria ameaça à soberania hondurenha, constitui uma interferência grosseira que fere até mesmo a constituição brasileira. A política do governo Lulla para a América Latina tem sido truculenta e covarde com Honduras, mas omissa e serviçal com relação à Venezuela, Bolívia, Equador, Cuba e Paraguai, só pra citar os mais próximos. A "valentia" com que o imperialismo lullista trata Honduras em nada lembra o capachismo servil demonstrado na época em que o índio vigarista Evo Morales roubou, com a força das armas, as refinarias da Petrobras na Bolívia. Por que será?HÁ BRAÇOS!

BOCA DO INFERNO 45, agosto/setembro 2009

EU TENHO SOFIA
(Para a gigante-pequenina Sofia Gamper Machado)

Os gregos foram mais modestos do que eu, eles sabiam que Sofia era algo raro, de difícil acesso ao espírito humano. Se contentaram então em admirá-la, em contemplá-la, em amá-la. Uns atormentavam-se com a presença de Sofia, outros regozijavam, transbordavam, expandiam-se em júbilos. Sofia e suas sombras misteriosas, Sofia e suas luzes extenuantes. Sofia, o drama, o doce drama entre Eros e Psiquê. A luz que dissipa as sombras, a noite que engole a luz .Eu? Eu não apenas amo Sofia, não me satisfaço em contemplá-la e admirá-la. Eu... Eu tenho Sofia e ela ilumina a minha vida diariamente. Ela me põe cotidianamente no eixo, me embala com seus sorrisos matinais. Os gregos se contentaram em amar Sofia, por isso, a Filosofia, eu, como já disse, tenho ela para mim. (alan oliveira machado)

20 setembro 2009

AS TRANQUEIRAS DO CINEMA NACIONAL

A mentalidade da maioria dos cineastas brasileiros ainda está impregnada daquela ideia muito comum nos anos sessenta de que a pobreza e a desgraça social devem ser louvada ou apresentada como a cara do País. Foi naquele período que vicejaram produções deprimentes que reduziam o Brasil à conversa fiada de reunião de esquerda em botequim com lemas como "Seja marginal, seja um heroi", amparados numa didática chamada a estética da fome. De lá pra cá, pouco mudou, tivemos "Lúcio Flávio, o passageiro da agonia", "O bandido da luz vermelha", "o homem que virou suco", "Pixote", "Carandiru", "Cidade de Deus", "Meu nome não é Johnny" só para citar alguns exemplos de filmes pagos com dinheiro público, cujo foco é a bandidagem, a marginalidade e a pobreza. Agora vemos despontar mais uma belezinha do cinema nacional na lista de indicação para concorrer ao Oscar: "Salve Geral", filme de Sérgio Rezende, que conta sobre os ataques de 2006 que o PCC organizou em São Paulo, deixando um saldo de 200 mortos. É duro ver o cinema tomado por essa coisa triste. Até parece que a nossa história, o nosso dia a dia se resume a isso. Ficamos aqui imaginando o quanto isso contribui para jogar abaixo ainda mais a autoestima brasileira, para alimentar também a já negativa imagem do País lá fora. O dinheiro público, nesse caso, é usado contra o Brasil. A gente sabe que há exceções como "Lavoura Arcáica", Memórias Póstumas de Brás Cubas", "O quatrilho", entre outros, insignificantes perto do lixo negativo que jorra anualmente dos estúdios brasileiros.

Ah, sim, não é só a desgraça a matéria do cinema brasileiro não, há também os filmes da ditadura, cada tranqueira de arrepiar e coisas inúteis, horrorosas e retrógradas como o filme "Cazuza" . Ninguém aguenta mais o esgoto que predomina na cultura cinematográfica brasileira. HÁ BRAÇOS!

18 setembro 2009

A ÉTICA DO PT

Os deputados federais Luis Bassuma (PT-BA) e Henrique Afonso (PT-AC) foram severamente punidos esta semana, pela direção nacional do PT, por terem se declarado contrários à legalização do aborto. Os deputados tomaram suspensões de um ano (Bassuma) e noventa dias (Afonso) e ainda foram impedidos de votar e serem votados em situações internas do partido bem como de representar o partido. A suspensão por um ano dos direitos de Luis Bassuma pode inclusive impedi-lo de participar das próximas eleições. Essa é a ética do PT: José Dirceu, José Genoíno & cia sequer foram advertidos pelas infrações graves que cometeram. Mentir, montar caixa-dois, desviar dinheiro, violar conta de caseiro... não abalam a ética do partido, mas manifestar a opinião sobre a legalização ou não do aborto é crime gravíssimo. Pode uma zorra dessas?
Se os dois deputados tiverem vergonha na cara pedirão as suas fichas de filiação e mandarão a turma de Berzoíne/Dirceu irem a merda! Há braços!

17 setembro 2009

A POLÍTICA DOS POLÍTICOS

“A POLÍTICA DOS POLÍTICOS

Sem querer ignorar que esse modo de pensar ajuda a que se desvende a natureza da política, sugiro que ele, na verdade, refere-se sobretudo à política dos políticos, ou seja, a um tipo de política que poderíamos definir como política com pouca política.

Não se trata de algo desprezível, como se poderia achar à primeira vista, mas sim de algo revestido de uma dignidade bem específica, nem sempre bem compreendida e assimilada pelas pessoas. Afinal, agir tendo em vista o poder – sua conquista, sua conservação, sua destruição – integra a essência da política, e não há que condenar os que assim precedem, até porque não há nada de condenável no poder. Quando muito, podemos criticar (e tentar neutralizar) aqueles que se aproximam do poder como fim em si mesmo, que não sabem o que fazer com ele ou o empregam com finalidades escusas.

A política dos políticos encontra seu limite na ideia da política como arte do possível e do indicado, para repetir a famosa expressão atribuída a Bismarck. Seu terreno próprio é o do realismo ou pragmatismo político, no qual um certo tipo de cálculo e de frieza se superpõe à fantasia e à opinião. Uma de suas máximas poderia ser: não se faz política sem vítimas. O realismo, antes de tudo. Não que o político realista não tenha paixão ou idéias: é que ele as mantém sob controle, represadas, num esforço obstinado para impedir que se intrometam nas delicadas e engenhosas operações que franqueiam o acesso ao poder e a seus arredores. Se quiséssemos falar em tom mais elevado, poderíamos acompanhar Max Weber e dizer que o político realista adere muito mais à ética da responsabilidade do que à ética da convicção, e é capaz de subordinar a paixão, a causa e a vaidade pessoal (e vontade de aparecer o mais possível em primeiro plano) ao senso de proporção e ao sentimento de responsabilidade.
A política dos políticos, porém, está permanentemente submetida ao risco de uma contrafação. Não apenas porque seu realismo pode se tornar realista demais e lançar por terra todos os valores, mas também porque, a qualquer momento, ela pode se converter em política dos politiqueiros, concentrada no truque, nas promessas, na luta entre facções e grupelhos, no eleitoralismo, em suma, na política miúda, parcial, corriqueira. Quando isso se dá, a política passa a usar como armas típicas a intriga, o conchavo, a simulação, o fato consumado, o golpe, deixando em plano secundário o debate público, os princípios, a coerência. Justamente por isso, tal contrafação encarna de modo perfeito a alma menos nobre da política ou, o que dá no mesmo, a face suja, desagradável e obscura da política”.


(NOGUEIRA, M. A. Em defesa da Política. São Paulo, SENAC, 2001) HÁ BRAÇOS!

14 setembro 2009

O QUE FAZER?

Recebemos uns emeilzinhos aqui irritados porque demos, na postagem anterior, uma espetada na incoerência (ou na coerência histórica?) das seitas Psol e Pstu. Na verdade, o internacionalismo bocó dessa gente, baseado na ignorância da realidade, é pura propaganda ideológica. A coisa funciona mais ou menos assim: para testar o grau de sujeição de seu rebanho, essas seitas precisam de causas. Não basta a elas satanizar os ocupantes do poder local. Então elas criam as causas retóricas internacionais que é para dar um tom mais mundial à ignorância e ao atraso ideológico que jorram de suas plenárias e textos. O caso Battisti é emblemático. Ninguém procura saber quem foi o fugitivo italiano e o que realmente fez. Basta apenas levar em conta que o delinquentezinho italiano é companheiro comunista e pronto, sua reputação é inquestionável e tudo que ele fez foi em prol da libertação dos trabalhadores... (ui, ui, ui) Essa é uma boa ocasião para se reformular o velho bordão de Marx, deixando-o assim: "Ignorantes de todo o Brasil, uni-vos"! HÁ BRAÇOS!

11 setembro 2009

QUEM AGUENTA ESSA GENTE?

Entre a leva de frustrados e ressentidos que abandonaram o PT nos últimos anos, por causa do fim do tal discurso ético (sobrou essa prática bonita aí, que sempre existiu na esquerda), muitos se sentiram salvos embarcando em legendas como o Pstu e o Psol. Sinceramente, já nos posicionamos por aqui com relação ao leninismo, stalinismo, gramscismo, entre outros ismos da esquerda, cujas práticas e métodos (práticas e métodos, entenderam?) continuam calcadas no personalismo, no centralismo e no autoritarismo empoeirado dos séculos XIX e XX. Essas correntes ainda se alimentam do embolorado sentimento de seita, da demonização e exorcização de tudo que não abona seus códigos internos.

Para muitos, as ações do Psol e do Pstu parecem plenas do melhor sentimento ético, justas e salvadoras. Eles realmente são, apenas por serem nanicos e por politicamente não terem nada a perder, os que se apressam a jogar na fogueira do legislativo todo e qualquer bandido que tem os podres expostos pelo jogo do poder. Assim foi com o caso Renan Calheiros, com o caso Sarney, entre tantos. Pragmaticamente falando, há mérito nesses ímpetos, mas a queima dos hereges na fogueira moral armada por essa turma não necessariamente exime tais inquisidores. Maior parte das vezes apenas esconde o verdadeiro caráter não tão louvável dessa gente.

O caso de Cesare Battisti, aquele criminoso comum que fugiu da Itália e pediu asilo político no Brasil (ui, ui, ui), concedido por Tarso Genro, à revelia da legislação brasileira e desrespeitando decisões judiciais de um país democrático como a Itália, tal como acordos bilaterais entre os dois países, serve para exemplo de como a ética dessa turma é elástica. Na porta do STF, que já julgou improcedente o asilo concedido por Tarso ao tal Battisti e provavelmente vai aceitar a extradição do criminoso para o país de origem, onde deve cumprir pena por assassinato, o senador José Neri do Psol foi fazer discurso em defesa de Battisti. Para ele os crimes de Battisti parecem ser mais brandos do que os de Sarney, Renan e companhia. Quem aguenta? HÁ BRAÇOS!

09 setembro 2009

A DEGRADAÇÃO SOCIAL NA BAHIA

A degradação social na Bahia é perversa e crônica. Isso é uma obviedade. É obviedade também que o Estado pouco fez e faz para mudar a realidade. Os piores índices de desenvolvimento humano frequentam o boletim social da Bahia há muitos anos. Embora o Governo Wagner tenha sido celebrado como o fim da era de atraso no Estado da Bahia, suas ações nos interiores do estado se pautam tão somente pela preocupação em solidificar o seu grupo no poder, não se importando portanto que para isso velhas práticas e oligarquias continuem prevalecendo no estado.
O nível de violência que vemos supitar agora em Salvador é apenas um sinal particular do que se espalha pelo estado como uma gangrena. Na capital da Bahia, como no Rio de Janeiro, o tráfico começa aparecer como poder paralelo, já que em vez de ser debelado, foi usado e protegido por ongueiros e congêneres. Muitos desses movimentos, sob o manto retórico da inclusão social, sob a máscara de direitos humanos, fazem vista grossa aos perigos que o tráfico de drogas representa para a sociedade organizada e para a democracia, uma vez que as leis, muito particulares, que regem esse tipo de crime são incompatíveis com as leis que constituem a nação democrática brasileira.

A reação violenta com queima de ônibus, depredação de postos policiais e da Cesta do Povo, parece uma resposta a quebra de contrato. Parece a resposta a uma traição. É como se as expectativas dos bandidos se tivessem frustrado diante de uma turma que entrou com ongs nos redutos do tráfico, vendeu a boa relação, a parceria e agora está virando as costas. Talvez esse seja o preço a pagar pela eleição a qualquer custo. Ninguém vende a alma ao diabo impunemente. Outra coisa, a imprensa petista, aquela que vive às custas do governo, danou a falar essa semana do caso lamentável de Heliópolis, em São Paulo (governado pelo PSDB), mas tem feito um silêncio significativo (ideológico, melhor dizendo) com respeito ao caos em que se encontra a capital baiana. HÁ BRAÇOS!

07 setembro 2009

05 setembro 2009

O PT E A TRANSPARÊNCIA

O Jornalzinho do vereador Tarcísio, com os cargos e salários dos funcionários da prefeitura ainda não saiu? Não é possível! Será que transparência não é mais importante para o companheiro? HÁ BRAÇOS!

04 setembro 2009

VIDA SEM MARGENS



(na travessia do Rio São Francisco)

Eu rio às margens destas águas
E não imagino que o arco
Estampado em minha face
Reflete a triste canoa,
Última condução a que estou fadado.
Eu rio porque ignoro os dois terços
Deste líquido agonizante
Que movem minha própria carne.
E o solitário peixe que se debate no anzol
Do menino sentado no barranco oposto
Não tem um fim pior que o meu
Ele conta com menos ilusões.
Agora eu já não rio,
O menino meu rival há muito partiu
Com o peixe moribundo no gancho
E o rio segue silencioso...
Borbulhando nas águas do meu ódio,
Espumando em meus detergentes morais:
Minhas fases e fezes e fomes
Coisas de quem perdeu a cabeça e a foz
E tanto faz como pouco fez
E esses dois terços de água
Que me põem de pé
Derrubam tantos, tantos, tantos...
Que já só posso pensar em Tânatos
tânatos, tânatos...
O rio me dava garças ao entardecer
E eu lhe dava cachorros mortos e urubus
O rio me dava frutas doces e diversão
E eu lhe dava pneus velhos e latas e plásticos,
Nada plásticos...
Muito, muito, muito...
O rio me dava alegria
E eu lhe dava mercúrio e agrotóxico e detergente...
O rio me dava a vida
E eu lhe dava a morte...
Sem nem saber que aos poucos
Também me consumia.
Em contas debulhadas sobre a insensatez
Sem perceber
Que no meu faz de conta,
Nas contas que fiz...
Não entrou este Rio.

(alan)

03 setembro 2009

DILMA AGORA É VERDE DESDE CRIANCINHA.

A estratégia publicitária do PT mudou o discurso de Dilma Rouseff depois que Marina Silva assinou ficha de filiação ao PV e já fala como possível candidata da legenda verde. Agora Dilmona, que antes só sabia discursar com a frieza dos números, gráficos e porcentagens projetados em power point, faz gestos teatrais e defende como nunca o meio ambiente, o uso sustentável dos recursos naturais, bem como desde criancinha odeia projetos que colocam em risco os recursos naturais.

A generosidade verde que passou a brotar do discurso da candidata do PT, como uma chuva fecunda sobre a floresta amazônica, até parece convincente para quem não sabe que Marina Silva foi derrubada do Ministério do Meio Ambiente devido a não concordar que os projetos de construção de usinas hidrelétricas propostos pelo PAC, dirigido por Dilmona, fossem executados sem licença de tal ministério e sem estudo sério de impacto ambiental. Marina perdeu a pasta do meio ambiente por discordar de Dilma, que aprovou a execução dos projetos sem as devidas avaliações ambientais. Há braços!

02 setembro 2009

LULLA, O BRAVATEIRO-MOR

LULLA E O TEATRO DO BIOCOMBUSTÍVEL
Uma prova consistente de que a riqueza do pré-sal é mais marquetagem política do que algo alcançável a curto prazo, a gente pode resgatar na memória. Quem não se lembra do blablablá dos biocombustíveis? Lulla demonizou o quanto pôde do petróleo. Disse, em outros termos, que era um produto sujo, que financiava guerras, causava poluição e provocava o aquecimento global. Os biocombustíveis eram então, pro bravateiro que ocupa a presidência do país, a energia limpa, o motor da salvação do país e do mundo, a soberania nacional... Agora, o motor da soberania, da salvação do país é o petróleo. Vai gostar de bravata assim lá em Garanhuns! Há braços!

01 setembro 2009

PRÉ-SAL ELEITORAL

Impressiona o tanto que esse governo é bravateiro. Mentir virou norma do Planalto e de seus aliados. No caso da turma de Lulla, parece que sempre foi norma, mas o que tem de "companheiro"caindo a ficha nos últimos meses não está no gibi (menos mal). O espetáculo da vez é o tal petróleo do pré-sal. Lógico, a encenação pode render algum prestígio para a candidata do PT ao Planalto. Mas o que há de concreto nessa história de pré-sal?
Quase nada além da retórica eleitoral, nada além do discurso cheio de hipérboles.

As condições para a exploração de petróleo em tal profundidade são muito difíceis. O custo muito alto e os ríscos de as jazidas serem ínfimas ou o produto não ter qualidade são grandes também. Para nós aqui do pós-sal fica a certeza de que as condições para a exploração efetiva não estão disponíveis a curto prazo. A gente sabe que a Petrobras extraiu uma merrequinha no campo de Tupi. Não há como apressar nada. Bem que Lulla gostaria de ver o jorro farto do ouro preto se transformar em votos para sua candidata. Como não é possível, ele segue a lei do bispo Macedo: "Ou dá ou desce"! Ele cria o pré-sal bublicitário, o petróleo eleitoral, ou seja, aquele que só existe na conversa fiada de Lulla. Ele vende o que ainda não existe.

O teatro do pré-sal é tão bem montado que Lulla chegou a mostrar um barrilzinho do óleo combustível no lançamento eleitoral do tal "marco regulatório de exploração do petróleo". Ele e seus aliados só não podem dizer é que a exploração do petróleo é apenas eleitoreira, midiática. A verdade dificilmente entra no script dessa gente. Há braços!

MARINA E OS RESSENTIDOS

A Senadora Marina Silva caiu fora do PT. Isso causou uma euforia muito grande nos petistas ressentidos. Os ressentidos são aqueles militantes ou filiados, de certo modo inocentes, que gostariam que o PT atuasse de forma menos grotesca no terreno da ética. Eles não sabem que os ingredientes ideológicos provindos do leninismo e do gramscismo, miolo da prática petista não levariam o PT a outro lugar que não o atual. Lenin construiu a prática política bolchevique galgado em O Príncipe, de Maquiavel. O mesmo fez Gramsci quando elaborava sua pedagogia política da revolução cultural. Na base de tudo está mesmo a velha e batida máxima maquiaveliana: os fins justificam os meios.
A sustentação da elite do partido no bem-bom do poder, nadando em dinheiro público, pressupõe a eleição de um sucessor do presidente Lulla oriundo do partido ou até mesmo o terceiro mandato de Lulla. Isso certamente é interesse do presidente. O sonho de Lulla é ser Chaves, Morales ou Correa. A ideologia é a mesma. A prática também. O problema de Lulla é que o Brasil tem mais solidez democrática e, portanto, não vai virar facilmente uma ditadura caricata como Venezuela, Bolívia e Equador.

Onde entra Marina nessa história? Marina tem os elementos publicitários que fazem o sucesso de Lulla. É de origem pobre, lutadora desde o início da carreira e vencedora, apesar das adversidades sociais de origem. Mais do que Lulla, Marina estudou, cresceu intelectualmente, valoriza a educação. Não fica, como Lulla, fazendo apologia da ignorância. Além de tudo, a saída de Marina pode ser associada à preservação da ética (isso agrada aos ressentidos do PT tanto quanto a outras pessoas de bem), ou melhor: da propaganda ética com a qual o PT se fez e da qual se livrou com a finalidade de preservar sua elite no miolo do poder.

Mas não se iludam. A matriz ideológica de Marina é a do PT. Embora apareça agora como alternativa de peso, como a melhor alternativa à militância de esquerda, uma gestão Marina poderá desaguar no mesmo pântano em que o governo Lulla desaguou. A matriz da prática ideológica é que não presta. Há braços!