20 setembro 2009

AS TRANQUEIRAS DO CINEMA NACIONAL

A mentalidade da maioria dos cineastas brasileiros ainda está impregnada daquela ideia muito comum nos anos sessenta de que a pobreza e a desgraça social devem ser louvada ou apresentada como a cara do País. Foi naquele período que vicejaram produções deprimentes que reduziam o Brasil à conversa fiada de reunião de esquerda em botequim com lemas como "Seja marginal, seja um heroi", amparados numa didática chamada a estética da fome. De lá pra cá, pouco mudou, tivemos "Lúcio Flávio, o passageiro da agonia", "O bandido da luz vermelha", "o homem que virou suco", "Pixote", "Carandiru", "Cidade de Deus", "Meu nome não é Johnny" só para citar alguns exemplos de filmes pagos com dinheiro público, cujo foco é a bandidagem, a marginalidade e a pobreza. Agora vemos despontar mais uma belezinha do cinema nacional na lista de indicação para concorrer ao Oscar: "Salve Geral", filme de Sérgio Rezende, que conta sobre os ataques de 2006 que o PCC organizou em São Paulo, deixando um saldo de 200 mortos. É duro ver o cinema tomado por essa coisa triste. Até parece que a nossa história, o nosso dia a dia se resume a isso. Ficamos aqui imaginando o quanto isso contribui para jogar abaixo ainda mais a autoestima brasileira, para alimentar também a já negativa imagem do País lá fora. O dinheiro público, nesse caso, é usado contra o Brasil. A gente sabe que há exceções como "Lavoura Arcáica", Memórias Póstumas de Brás Cubas", "O quatrilho", entre outros, insignificantes perto do lixo negativo que jorra anualmente dos estúdios brasileiros.

Ah, sim, não é só a desgraça a matéria do cinema brasileiro não, há também os filmes da ditadura, cada tranqueira de arrepiar e coisas inúteis, horrorosas e retrógradas como o filme "Cazuza" . Ninguém aguenta mais o esgoto que predomina na cultura cinematográfica brasileira. HÁ BRAÇOS!

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