01 setembro 2009

MARINA E OS RESSENTIDOS

A Senadora Marina Silva caiu fora do PT. Isso causou uma euforia muito grande nos petistas ressentidos. Os ressentidos são aqueles militantes ou filiados, de certo modo inocentes, que gostariam que o PT atuasse de forma menos grotesca no terreno da ética. Eles não sabem que os ingredientes ideológicos provindos do leninismo e do gramscismo, miolo da prática petista não levariam o PT a outro lugar que não o atual. Lenin construiu a prática política bolchevique galgado em O Príncipe, de Maquiavel. O mesmo fez Gramsci quando elaborava sua pedagogia política da revolução cultural. Na base de tudo está mesmo a velha e batida máxima maquiaveliana: os fins justificam os meios.
A sustentação da elite do partido no bem-bom do poder, nadando em dinheiro público, pressupõe a eleição de um sucessor do presidente Lulla oriundo do partido ou até mesmo o terceiro mandato de Lulla. Isso certamente é interesse do presidente. O sonho de Lulla é ser Chaves, Morales ou Correa. A ideologia é a mesma. A prática também. O problema de Lulla é que o Brasil tem mais solidez democrática e, portanto, não vai virar facilmente uma ditadura caricata como Venezuela, Bolívia e Equador.

Onde entra Marina nessa história? Marina tem os elementos publicitários que fazem o sucesso de Lulla. É de origem pobre, lutadora desde o início da carreira e vencedora, apesar das adversidades sociais de origem. Mais do que Lulla, Marina estudou, cresceu intelectualmente, valoriza a educação. Não fica, como Lulla, fazendo apologia da ignorância. Além de tudo, a saída de Marina pode ser associada à preservação da ética (isso agrada aos ressentidos do PT tanto quanto a outras pessoas de bem), ou melhor: da propaganda ética com a qual o PT se fez e da qual se livrou com a finalidade de preservar sua elite no miolo do poder.

Mas não se iludam. A matriz ideológica de Marina é a do PT. Embora apareça agora como alternativa de peso, como a melhor alternativa à militância de esquerda, uma gestão Marina poderá desaguar no mesmo pântano em que o governo Lulla desaguou. A matriz da prática ideológica é que não presta. Há braços!

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