19 junho 2008

MANIQUEÍSMO E CACIQUISMO


A política uibaiense vem sendo pautada há muito tempo, erroneamente, por um tipo de maniqueísmo tosco, praticado por todos os segmentos políticos e que queiramos ou não, por determinações históricas e sociais, estamos lotados em um dos lados desse maniqueísmo. Nossa imagem está vinculada a um desses lados, mesmo que muitas vezes a contragosto. Claro que isso não acontece de forma serena com o Boca do Inferno. É perceptível que estamos desmontando esse maniqueísmo já faz um tempo, rejeitando-o como rótulo e, por isso, criando uma interminável celeuma em torno do que escrevemos e a respeito do lado que estamos. Na verdade, quem está acostumado a refletir criticamente sobre a realidade não se prende ao monótono binarismo maniqueu. Assim, imersos na atmosfera da conjuntura canabrabeira, assistimos aos equívocos abundarem, uma vez que quem pensa por maniqueísmos parece não conseguir raciocinar além do jogo de extremos que não se misturam. Mas isso não é totalmente verdadeiro na Canabrava. Temos a impressão de que para muitos da tal Frente de Louvação a Dorim, por exemplo, o raciocínio ganha outra nuança, ou seja, para muitos a política é um jogo de sujeição a caciques e nesse caso o maniqueísmo entra enquanto é conveniente. Por esse viés, as pessoas são julgadas não propriamente por serem do bem ou do mal, mas porque são gado dos caciques da situação, ou gado da oposição, não restando espaço para meio termo, para terceira ou quarta via. Os pressupostos dessa nuança possibilitam a Mocós e Ratazanas realizar qualquer negócio, qualquer aliança. Fazer alianças seria algo como ampliar o curral. E que fique claro: nenhum boi deve se atrever a fazer a "revolução dos bichos", não necessariamente como aquela de George Orwel, e ocupar o lugar dos donos da boiada. Há braços!

17 junho 2008

LIBERTAR E RECONSTRUIR O QUÊ?

A estratégia política mais antiga é aquela na qual um grupo que deseja o poder arranja um inimigo, um culpado para todas as desgraças sociais ou existenciais da sociedade e oportunamente se apresenta como o oposto, como o salvador, como o herói que vai destruir esse inimigo, eliminar as desgraças, restaurar a paz e a tranquilidade social. Nessa manobra política, tenta-se o tempo todo demonizar o opositor, associando a ele tudo que é negativo e atribuindo a si o lado bom de tudo. Instaura-se, desse modo, o maniqueísmo, a luta do bem contra o mal e incita-se o povo a fazer a óbvia escolha. Isso é tão antigo que Catão o Velho, sensor e consul romano, (muito antes de Cristo, 243 aC) ao perceber os perigos que a rica cidade de Cartago representava para Roma, incansavelmente atribuia toda desgraça romana à existência da próspera Cartago e propalava que Cartago deveria ser destruída para o bem de Roma. Daí a frente, todo desvio de costume ou delito passou a ser associado à influência de Cartago o que levou os romanos a destrui-la.

Mas o que acontece quando um grupo aposta no maniqueísmo como estratégia e é surpreendido pelas imposições nem um pouco maniqueístas que as instâncias mais altas do poder ligadas a ele determinam como caminho político mais adequado? O natural seria esse grupo entrar em crise, fragmentar-se e afundar-se no desencanto. Só que isso não acontece com o grupo da Frente de Uibaí. Primeiro porque não houve imposição nenhuma, depois porque eles não podiam ser surpreendidos pelo óbvio, pelo que estavam cansados de praticar. O maniqueísmo Rato/Pato, Direita/Esquerda sempre se mostrou ser mais dissimulação eleitoral do que diferença ideológica, pelo menos para o núcleo duro da Frente. Na eleição de 2004 já dizíamos que o grupo da frente era heterogêneo e que o maniqueísmo consistia tão somente num discurso ideológico conveniente e muito toscamente adaptado a uma briga histórica de caciques. No fundo, no teatro eleitoral canabrabeiro tudo não passa de uma briguinha de parentes, herdeiros de épocas passadas em que seus pais e avós, e somente eles, se alternavam no poder. Época que rendeu boa vida para eles, mas não para o povo de Uibaí. Estamos feitos com uma merda dessas! Há braços!
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OBS: Mas que se cuidem as ratazanas que estão se unindo aos mocós, pois há quem diga que toda essa promiscuidade política durará somente até os mocós ocuparem o poder. Na verdade, correm pelo pé da serra rumores de que eles não vão dividir o queijo municipal com ninguém e vão banir os ratos que se atreverem a tocar no que é deles (é deles?). Tem mocó rindo à toa por aí.

08 junho 2008

A MISÉRIA DA ÉTICA

O que representa e quais reflexos terão esse comportamento dos 'salvadores e reconstrutores' de Uibaí na orientação da comunidade canabrabeira? Eis um tema para se ir pensando. De entrada recorro a Cornélius Castoriadis em "A miséria da Ética", para esboçar uma primeira provocação. A opção pelo pragmatismo político, que já pode ser tratado como uma espécie de carlismo vermelho, deve instaurar uma "crise de significados imaginários sociais, (...) esses significados são o fator de coesão da sociedade". Com esse imaginário social, vetor da unidade da população, em pedaços o que restaria além da aposta no vale tudo? Quem vai querer saber de consciência, organização popular, bem-estar social etc.? Estamos em plena "miséria da ética", na época em que um Frankstein político se levanta para abraçar o poder a qualquer custo. E todo mundo no mocó... Mas o povo está cansado de saber (o povo não, nós, porque o povo parece que não cansa) que por trás de Franksteins sempre existem os cientistas malucos que os criaram. Não adianta se esconderem, vocês vão ser responsabilizados. Estamos feitos com uma merda dessas! Há braços!
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Para o grupelho aí que tá se organizando para montar um mocóonline no lugar do uibaionline vai uma questãozinha respondida: por que Délio não pode ser o candidato a prefeito da mocosada canabrabeira? Essa é fácil... Porque Délio, muito embora seja advogado, conhecedor das leis, está com dupla filiação. Filiado a dois partidos, coisa que demonstra que há interesses acima da ética, ele legalmente não pode concorrer. Basta saber se há vontade e tempo para largar um dos ossos! HÁ BRAÇOS!

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Uibaí desta vez vai pra frente... Vai ser realmente reconstruído... Vai ser salvo... Vai ser a Cuba da Bahia... Os revolucionários estão tentando emplacar o filho de Dorim para vice de Pedro Rocha. Já que infelizmente não se pode mais contar com o companheiro Dedê, Dorim vai salvar Uibaí... A morte é cega! kkkkkkkkkkkkkkk!