23 dezembro 2008

18 dezembro 2008

CENAS

Manhã chuvosa
Olhar de esguelha
Na cerca, aberta em flor,
Uma pinha cheia de abelhas.


alan oliveira machado

17 dezembro 2008

ARTE DE RESÍDUOS PLÁSTICOS



Arte sustentável feita de tampinhas pet, recolhidas em restaurantes, bares e nas ruas. Uma boa alternativa para transformar lixo em arte.

Este trabalho, entre outros, foi desenvolvido por Alan Machado e Líris Gamper Machado, com colaboração especial de Anairam Gamper. Ele pode ser realizado em qualquer espaço com muros ou paredes. As tampinhas com cores originalmente variadas podem ser combinadas em belos mosaicos.
Em Uibaí poderíamos ter painéis de temáticas variadas em escolas, clubes, bares e muros residenciais, como o da foto ao lado de 1 metro e 60 cm de comprimento por 60 cm de largura . A medida em que embeleza a cidade, esse trabalho impede que centenas de quilos de resíduos plásticos poluam o ambiente. Há braços!

16 dezembro 2008

MENINO BUCHUDO

Menino buchudo,
No carreiro ou na estrada da fonte
o olhar perdido no mato
Já não alcança o horizonte.

No Banheirão
Ou atrás do Morro Branco
Menino danado
Não pode ouvir um canto.

Perigoso, o badogue
Ele estica o quanto pode
Solta a bola de barro,
O pássaro é quem se fode.

Cheia, balança a capanga
O infante
O peneiro na estrada
O suor pela fronte.
O prazer da jornada
Não é como antes

Arapuca quebrada
Já era o seveiro
Não tem mais passarinho
Gaiola sem puleiro
O visgo esgotou
Nas cicatrizes do gameleiro.
O tempo fechou
Um ciclo inteiro

Não tem mais pataca
Fruto de juazeiro
Morreu jatobá
Murici com seu cheiro
Adeus guabiraba
Imbu, ingazeiro
Mangaba de luto
Puçá verdadeiro
Araçá já sumiu
Do Riacho do Meio
Cadê bananinha
Sem chuva não veio
Meu deus como pode
Um tempo bonito
Perder seu esteio.


(Cosme Bafão, pirado e perdido em memórias da infância)

12 dezembro 2008

BOCA DO INFERNO 39, nov./dez 2008

EDUCAR PARA O MUNDO
A educação brasileira precisa mais do que nunca de profissionais compromissados com uma atuação docente centrada no crescimento intelectual dos educandos, na preparação destes para o domínio dos saberes básicos, na preparação destes para crescerem com plena capacidade de interpretar o mundo, a cultura, para conviver com a diversidade.

A sala de aula não é espaço de doutrinação, não é laboratório sociológico para a formação de militantes em favor de uma ou outra ideologia. A sala de aula, a escola é lugar de convivência com os saberes que constroem as bases sólidas para a sobrevivência na sociedade; é, portanto, o espaço privilegiado da contradição e da pluralidade. O mundo é plural, os desafios da humanidade são múltiplos. Assim, o educando só é capaz de se construir criticamente, solidamente, quando tem acesso aos códigos básicos indispensáveis ao entendimento da existência. De acordo com Sartre, “o homem é responsável pelo que é. Desse modo o primeiro passo (...) é por todo homem na posse do que ele é, submetê-lo à responsabilidade total de sua existência”. Eis, a meu ver, a missão dos Professores, a verdadeira missão dos educadores... Sua importância e responsabilidade na construção de um mundo com a mais verdadeira feição humana.


Há braços! alan oliveira machado

SINDICATO DE LADRÕES

Esta manifestação que vocês estão vendo na foto ao lado, na frente do Congresso Nacional, promovida pela CUT, pela Força Sindical e demais centrais, não é para pressionar o Congresso por um aumento de salário para o trabalhador brasileiro não, nem é para pedir redução de impostos ou redução de juros etc, coisas que afetam a vida de todos os trabalhadores brasileiros. A manifestação ao lado, caros leitores, ocorreu no dia em que o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados (que ética?) estava votando a cassação do deputado corrupto, ladrão do dinheiro público Paulo Pereira (PDT), o tal Paulinho da Força... E sua finalidade era pressionar os deputados a votarem contra a cassação do Paulinho ladrão, do Paulinho propina, do Paulinho mão leve que rapou a grana do BNDES. E a pressão das centrais sindicais valeu a pena... Paulo Pereira não foi cassado e comemorou com muita cerveja ao lado dos amigos da CUT, da Força e demais centrais...


Agora nos respondam: é para isso que pagamos o maldito imposto sindical, arrancado à força do nosso salário? Foi isso que as centrais sindicais sempre praticaram no Brasil, com a diferença de que hoje, não tendo mais a quem se opor, sentem-se à vontade para mostrar seus reais interesses? Fora os interesses deles mesmos, quais outros interesses o sindicalismo brasileiro defende hoje? Os interesses dos trabalhadores certamente eles não representam! ABAIXO A FARSA! Há braços!

11 dezembro 2008

QUIXABEIRA EM MOVIMENTO

vista parcial da Quixabeira, foto do orkut de Baltazar.

O Povoado de Quixabeira por muito tempo passou uma imagem negativa. As pessoas se sucumbiam ao estigma de que dali não vinha nada que prestasse. Mas esquecendo esse passado, busquemos pensar o presente que é bem melhor. Com o passar do tempo, aquele povo mostrou-se diferente. O ingresso de várias pessoas na universidade pública foi um grande passo. Outro passo desenhado pelos quixabeirenses foi a busca por uma nova atitude, um novo pensamento.



Caminhando nessa direção nasceu o Gpec (grupo política, ecologia e cultura) para contribuir com o crescimento do nosso lugar. Ele é muito importante, pois tem uma visão diferente dos outros grupos nascidos em solo uibaiense. Além de ter em vista a cultura, visa também à ecologia e ao engajamento político, garantindo o possível confronto com os desmandos do poder estabelecido.


O Gepec teve uma posição contraria aos dois candidatos à prefeitura de Uibaí, porque eles não apresentaram propostas claras para a população. Mas o grupo não estava querendo apenas ter uma atitude radical, sem um pensamento crítico, e, sim, propor uma discussão mais inteligente sobre a política regional. Não ser apenas contra o pleito atual ou apoiá-lo de forma incondicional sem ter senso crítico, sem ter nada a opinar.


O grupo balançou o cenário político. Deu uma chacoalhada nas pessoas, com a intenção de mostrar que não adianta mudar o nome do candidato sem mudar a forma de se conduzir a política. Defendeu que não basta apenas ter um mestre lá na prefeitura, um senhor condutor da economia, da saúde, da educação a seu bel-prazer. O Gpec mostrou que o povo tem que ter consciência política, tem que estar ali fiscalizando quem ocupa algum cargo público, seja vereador, prefeito, deputado ou presidente da república, pois estes são eleitos pele voto e têm o dever de zelar pela dignidade do povo e pelas coisas do povo. Assim, o Gpec entende que a população tem o direito e o dever de cobrar, de propor e de discordar das ações de seus representantes. Por isso, o Gpec foi contra a forma como se conduz a política uibaiense, por ter consciência de que ela não favorece aos interesses do povo. Os partidos políticos só querem cada vez mais a alienação da população para poderem governar conforme suas cabeças e bolsos.


Na ecologia, o Gpec pensa o futuro da população, o futuro dos filhos, se eles vão viver em um ambiente limpo e saudável. A sustentabilidade, ou melhor, como conviver com a natureza sem matá-la. O grupo procura promover ações de conservação da natureza, como plantar árvores nativas, valorizando o meio ambiente local; reciclar o lixo (como plástico, papel, ferro, zinco etc) existente nas ruas do povoado, e na serra das laranjeiras.


Além de tudo isso, o grupo promove leituras, recitais de poesias em escolas, nas ruas, nas feiras culturais, em semanas de arte etc. A cultura enriquece a população é uma fonte de integração do grupo, tal como é fonte de diversão e integração com a população.


(baltazar lopes cavalcante, para o boca do inferno)



08 dezembro 2008

MANIA DE DESTRUIR ÁRVORES

O texo abaixo foi publicado no jornal O Semanário, de Irecê, já faz algum tempo, mas como as atitudes criticadas nele e seus efeitos negativos persistem, resolvemos publicá-lo mais uma vez, como forma de sensibilizar o povo rumo à reflexão.
Em nossa região, faz parte do hábito político dos administradores públicos levar à risca aquela lição de O Príncipe, de Maquiavel, que diz ser o melhor ao príncipe que conquistou um reino, destruir tudo que puder lembrar o seu antecessor. Péssima lição, já que quem perde é o povo. Mas, como a política em vigor na maioria dos municípios da região é a da malversação do dinheiro público, da corrupção crônica, raramente sobra alguma coisa nos municípios para ser destruída pelos gestores.

Com os municípios em ruínas, não havendo muito que destruir, virou moda na região os prefeitos dizimarem as árvores das ruas e avenidas. Todo início de mandato é a mesma coisa: um caminhão da prefeitura repleto de peões famigerados avança de rua a rua mutilando árvores e arrancando-as pela raiz. Depois da devastação, os mesmos peões gafanhotos retornam plantando mudas de uma única espécie vegetal, onde outrora havia robustas árvores.

Bom, mas a estupidez do gesto desses “administradores da coisa pública” não se resume apenas à mudança de visual e de clima gerada pela eliminação da cobertura verde das zonas urbanas. Além de a empreitada alterar o clima ambiente, a mania de uniformizar a zona urbana com uma só espécie vegetal provoca um desequilíbrio ecológico que vem sendo sentido há muito tempo na região. Não precisa ter boa memória para enumerar as pragas que proliferaram sem controle nas últimas décadas: os potós, com sua secreção ácida, que aterrorizaram a região; os besouros coleópteros que importunaram o sossego dos lares; a praga de fungos que destruiu muitos milhares de mangueiras etc. Mesmo assim, entra prefeito, sai prefeito, cortam-se as mangubas e plantam-se apenas algarobas; derrubam-se as algarobas e plantam-se somente o fícus...

Para garantir a biodiversidade, o equilíbrio entre espécies, a qualidade do ar e do clima, deve haver em uma zona urbana pelo menos 40 espécies de árvores convivendo no mesmo espaço. A cada espécie vegetal corresponde a presença de um número significativo de aves, insetos, fungos e bactérias. Quanto maior o número de árvores, maior a biodiversidade, maior o equilíbrio ambiental. Dificilmente haverá a proliferação de pragas.

É importante salientar também que nem toda espécie de árvore serve para compor a cobertura vegetal urbana. As espécies devem ser escolhidas mediante estudo e impacto ambiental. A título de exemplo, a mesma engenharia florestal que autorizou a criação de florestas de eucalipto em Brasília, com o fim de melhorar o clima, por lá muito seco, ordenou a extinção de tais florestas ao constatar que o eucalipto tem raízes profundas, extrai muita água do solo e tem baixa transpiração, o que tornou o clima da capital ainda mais seco.

A preservação da arborização urbana, quando ignorada, pode trazer transtornos para toda a população, gerando problemas de saúde que oneram tanto o cidadão quanto o município. Na verdade, os administradores, no lugar de em todo início de mandato se preocupar em vestir um novo uniforme verde no município, deveriam sim cuidar da saúde das espécies existentes e já adaptadas à zona urbana e executar um planejamento para o plantio de novas espécies, evitando com isso o desequilíbrio ecológico e todas as suas conseqüências. Quanto à população, acreditamos que sua participação cidadã seria de imenso valor na fiscalização das ações das prefeituras e no controle das espécies plantadas. Sabe-se ainda, pela experiência, que muitos problemas ecológicos ultrapassam o perímetro urbano. A solução desses problemas passará necessariamente pela preservação de matas, rios, riachos e espécies animais. Pensando assim, como diz um amigo ecologista aqui do cerrado, a consciência ecológica começa dentro do nosso quintal, então, vamos cuidar pelo menos dos grandes quintais que são os nossos municípios para, consequentemente, melhorar o quintal de todos que é o mundo.

Alan Oliveira Machado (março de 2000)

02 dezembro 2008

É PEDRO, É PEDRA, É ROCHA, É O FIM DO CAMINHO...

MEIO AMBIENTE QUE SE FODA?
foto ilustrativa

Mesmo sem nem ainda tomar posse, tudo indica que o novo administrador de Uibaí já anda executando um projeto ambiental. Bem ao modo como Hamilton tratou o ambiente no Uibaí dos idos de 1980, quando mandou quebrar pedras na Fonte Grande, o futuro alcaide está despejando pedras extraídas do boqueirão da Fonte Grande na sua posse, na rua do cascalho, lugar onde provavelmente construirá sua residência.


A gente poderia até cogitar que ele não sabe de onde estão sendo extraídas as pedras, já que o programa de governo do futuro prefeito (em texto) propõe a recuperação de áreas ecologicamente destruídas e seria pouco coerente defender uma coisa e praticar o contrário num município tão pequeno em que todo mundo sabe quem entra e quem sai, pra onde vem e pra onde vai... Não, ele não deve estar fazendo isso não, seria estúpido demais, pequeno demais... O novo prefeito não se prestaria a um papel desses.


Já pensaram o contra-senso da situação? Enquanto a Codevasf gasta mais de um milhão de reais para recuperar o boqueirão do Riacho Canabrava, o novo prefeito promove a destruição do boqueirão da Fonte Grande. Não, minha gente, isso não está acontecendo, ninguém seria burro a tal ponto, muito menos o prefeito que vai libertar e reconstruir Uibaí.


HÁ BRAÇOS!