17 junho 2008

LIBERTAR E RECONSTRUIR O QUÊ?

A estratégia política mais antiga é aquela na qual um grupo que deseja o poder arranja um inimigo, um culpado para todas as desgraças sociais ou existenciais da sociedade e oportunamente se apresenta como o oposto, como o salvador, como o herói que vai destruir esse inimigo, eliminar as desgraças, restaurar a paz e a tranquilidade social. Nessa manobra política, tenta-se o tempo todo demonizar o opositor, associando a ele tudo que é negativo e atribuindo a si o lado bom de tudo. Instaura-se, desse modo, o maniqueísmo, a luta do bem contra o mal e incita-se o povo a fazer a óbvia escolha. Isso é tão antigo que Catão o Velho, sensor e consul romano, (muito antes de Cristo, 243 aC) ao perceber os perigos que a rica cidade de Cartago representava para Roma, incansavelmente atribuia toda desgraça romana à existência da próspera Cartago e propalava que Cartago deveria ser destruída para o bem de Roma. Daí a frente, todo desvio de costume ou delito passou a ser associado à influência de Cartago o que levou os romanos a destrui-la.

Mas o que acontece quando um grupo aposta no maniqueísmo como estratégia e é surpreendido pelas imposições nem um pouco maniqueístas que as instâncias mais altas do poder ligadas a ele determinam como caminho político mais adequado? O natural seria esse grupo entrar em crise, fragmentar-se e afundar-se no desencanto. Só que isso não acontece com o grupo da Frente de Uibaí. Primeiro porque não houve imposição nenhuma, depois porque eles não podiam ser surpreendidos pelo óbvio, pelo que estavam cansados de praticar. O maniqueísmo Rato/Pato, Direita/Esquerda sempre se mostrou ser mais dissimulação eleitoral do que diferença ideológica, pelo menos para o núcleo duro da Frente. Na eleição de 2004 já dizíamos que o grupo da frente era heterogêneo e que o maniqueísmo consistia tão somente num discurso ideológico conveniente e muito toscamente adaptado a uma briga histórica de caciques. No fundo, no teatro eleitoral canabrabeiro tudo não passa de uma briguinha de parentes, herdeiros de épocas passadas em que seus pais e avós, e somente eles, se alternavam no poder. Época que rendeu boa vida para eles, mas não para o povo de Uibaí. Estamos feitos com uma merda dessas! Há braços!
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OBS: Mas que se cuidem as ratazanas que estão se unindo aos mocós, pois há quem diga que toda essa promiscuidade política durará somente até os mocós ocuparem o poder. Na verdade, correm pelo pé da serra rumores de que eles não vão dividir o queijo municipal com ninguém e vão banir os ratos que se atreverem a tocar no que é deles (é deles?). Tem mocó rindo à toa por aí.

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