15 outubro 2010

ENTRAM EM CENA OS TOCADORES DE REBANHO

A campanha da boneca inventada por Lulla desandou. A eleição está mais indefinida do que nunca. O tsunami de mentiras mal montadas pelo petismo vem engolindo impiedosamente o que sobrou de crença nas mistificações do lullismo. Os currais ideológicos estão com as cercas cheias de brechas com gente escapando aos bolos. Esta semana o petismo tratou de acionar seus tocadores de rebanho para tentar reverter a agitação e criar animosidade para conter a fuga do gado. Foi então que surgiu um daqueles famosos manifestos de "intelectuais" em defesa do saco de mentiras grosseiras que virou a campanha de Dilma. Lá estavam as figurinhas de sempre puxando a lista: Emir Sader, Marilena Chaui, Chico Buarque, Maria da Conceição Tavares e por aí vai. Dilma se enrolou com a corda vermelha que o petismo teceu e agora quer dizer que tal corda é azul. Entendo!
 Dessas figurinhas do tal manifesto destaco Marilena Chaui como a mais perigosa de todas. Por quê? Exatamente porque os outros não conseguem, como Chaui, transformar com tanta agilidade as opiniões vermelhas que compõem a trama do poder petista em conteúdo doutrinário disfarçado de ciência e filosofia. Estou por ver um livro de Chaui que não seja meramente manual de catecismo petista.  Desejo encontrar um sequer que não virou best seller dos meios acadêmicos empurrado em estudantes incautos dos anos iniciais de cursos universitários, sobretudo das universidades federais, país a fora.
Em seus manuais de doutrinação disfarçados de cursos de filosofia a petista uspiana sob o pretexto de ser didática injeta nos leitores, da forma mais malandra, as principais bandeiras do petismo ao longo dos anos. No livro Convite a filosofia, minha edição é de 1995, mas podemos encontrar a mesma belezinha com edição de 2007-2008, a doutrinadora do partido de Lulla dana, página a página, a imbutir as causas do partido de modo sorrateiro e unilateral. Vejamos um exemplo: na página 334 do referido manual podemos ler  o seguinte dedicado à causa do aborto: "Uma jovem descobre que está grávida. Sente que seu corpo e seu espírito ainda não estão preparados para a gravidez. Sabe que seu parceiro, mesmo que deseje apoiá-la, é tão jovem e despreparado quanto ela e que ambos não terão como se responsabilizar plenamente pela gestação, pelo parto e pela criação de um filho. Ambos estão desorientados. Não sabem se poderão contar com o auxílio de suas famílias (se as tiverem). 
Se ela for apenas estudante, terá que deixar a escola para trabalhar, a fim de pagar o parto e arcar com as
despesas da criança. Sua vida e seu futuro mudarão para sempre. Se trabalha, sabe que perderá o emprego, porque vive numa sociedade onde os patrões discriminam as mulheres grávidas, sobretudo as solteiras. Receia não contar com os amigos. Ao mesmo tempo, porém, deseja a criança, sonha com ela, mas teme
dar-lhe uma vida de miséria e ser injusta com quem não pediu para nascer. Pode fazer um aborto? Deve fazê-lo?" Vocês podem perceber aí que Chaui elenca uma sequência de argumentos de tal maneira que as perguntas finais passam a ser uma resposta. Todos os argumentos apresentados são favoráveis ao aborto. Nenhum deles é verdadeiro, eles são apenas possíveis assim como uma infinidade de outros argumentos não abortistas seriam possíveis no quadro inventado por ela, mas que intencionalmente ficaram de fora porque a abordagem dessa formadora de rebanho não permite qualquer outra opinião que não possibilite a defesa do aborto. Particularmente já disse que não sou contra o aborto. O que causa indignação aqui é a desonestidade é a indução do raciocínio por um caminho que não oferece escolhas, é o fechamento do discurso para as demais posições. O incrível é que a desonestidade intelectual dessa senhora é vendida como água na academia. E vejam que engraçado: o capítulo onde aparece essa historinha para o rebanho chama-se "A existência ética". É mole? O que poderemos esperar mais dessa gente? Há braços!

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