O RIO
Eu sou o Rio de Contas
Essa veia estourada de Piatã
A sangrar sobre as terras da Bahia
Como um pelicano mítico
A esgarçar o peito
Para alimentar as crias
Eu sou esse filho da Chapada
Tão escassa, íngreme e magra
Esse braço forte e fértil
Esse Cristo de braços abertos aos necessitados
Que aos poucos por eles vai morrendo
Esse rio de contos e contas e contras
Que nunca perde o dom de gerar vida
Eu sou esse rio
E essas contas cristalinas
Não são lágrimas
Nem têm sal
São as águas em que mergulha
O destino de um povo.
(alan machado)
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