31 julho 2010

BOCA DO INFERNO - 58 : QUANDO O EFEITO APAGA A CAUSA

Os jornais e revistas de hoje estampam em suas primeiras páginas mais uma do lullismo. Acuado pela oposição que passou a usar politicamente o caso da mulher iraniana condenada à morte pelo regime ditador do seu amigo Mahmoud Ahmadinejad  , Lulla subiu ao palanque de Dilma em Curitiba para dizer que vai pedir ao ditador seu amigo que envie a iraniana condenada por adultério à pena capital para o Brasil. Nós daremos asilo a ela, disse Lulla. Mas Lulla afirmou isso depois de dizer que a situação era delicada, pois interferir nos assuntos de outro país fere a soberania. 
O cinismo e a mentira realmente são marcas dessa gente. Em  momento algum Lulla se preocupou com soberania quando tentou forçar a volta de Manuel Zelaya (amigo dele e do chavismo) ao poder em Honduras. Sequer se incomodou em enfiá-lo na embaixada brasileira clandestinamente e sustentá-lo por três meses à revelia das decisões democráticas daquele país que lutava para não ter sua constituição espezinhada por um golpista bancado pelo bolivarismo.
Houve um tempo em que o petismo, estufa de onde saiu o lullismo, se vangloriava de alardear que não adiantava atacar os efeitos dos problemas sociais. O certo seria atacar as causas.  Isso provocava certa animosidade nos militantes, causada pela lógica elementar, que os motivava a sentir ódio por aqueles e aquilo  que o petismo apontasse como a causa dos problemas sociais. E havia toda uma sociologia vagabunda de panfleto criada  a partir dessa conversa para engabelar o rebanho. Na atualidade, como a gente já viu que o petismo pesa diferente a mesma coisa, a depender se ela está a seu serviço ou contra, a tática da causa/efeito está meio que no ralo. A situação da iraniana que vai ser apedrejada covardemente até a morte é apenas efeito de toda uma mentalidade que Ahmadinejad representa e protege e exalta. Ahmadinejad é parte da causa e agora?  Agora, deve pensar Lulla, nada de atacar a causa. É hora de bravatear, de acionar o cinismo mais descarado e contraditório. Há braços!

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