04 abril 2010

A POÇA RASA DA NONA SEAC

Antes uma semana de arte meio esvaziada do que nenhuma, essa é a conclusão dos mais otimistas com relação ao evento cultural canabrabeiro que chega ao último dia da sua nona edição. De fato, a Seac, seja manipulada, usada politicamente, sempre será uma coisa positiva porque o tipo de sentimento que ela mobiliza, o tipo de desejo que ela territorializa transcende qualquer gesto dos espíritos de porco que a querem como mera peça de manipulação politiqueira.
O valor da Semana de Arte é inestimável. É difícil calcular a extensão dos efeitos que as suas nove edições produziram ao longo dos anos. O quanto sua memória e os saldos de sua concretude contribuíram para forjar a autoestima uibaiense, certo caráter e a identidade do povo que habita o pé da Serra Azul. A nona Seac, como se constata, sofre de certa anemia, de certa incapacidade para refletir o presente de forma crítica. Quem tentou mergulhar fundo nessa nona edição da Semana de Arte quebrou o pescoço. A poça era rasa, com muita horizontalidade e nenhuma verticalidade, salvo uma ou outra exceção atiçada às sombras pela vaidade política dos donos do poder. Há braços!


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