02 abril 2010

O HOMEM NÃO É UMA BELEZINHA QUE A SOCIEDADE DEGENERA

Todas as balelas e as causas retóricas que a esquerda inventa para manipular as massas têm um pano de fundo. Na verdade, se alimentam da tradição vigarista plantada muito antes por Rousseau no contrato social. Naquela fantasia idílica de que o homem tem uma natureza nobre e que a sociedade o corrompe tornando-o o animal abominável que é. Traduzindo para o nosso tempo: o capitalismo, esse monstro terrível, esse Pantagruel insaciável desumaniza o homem e bla-bla-blá... bla-bla-blá, bla-bla-blá...  Freud, o tal Sigmund pai da Psicanálise, essa arte de inventar o desejo e desejar o inventado, não nutria muita simpatia pelo falatório que dividia a intelectualidade de sua época. Para cuspir no rousseauismo recalchutado pela retórica dos comuna, mandou  ver logo com aquela frasezinha de Plauto que costumam atribuir a Thomas Hobbes: o homem é o lobo do homem! Chega de pensamento torto: a sociedade existe mesmo é para impedir que o homem se destrua. A democracia existe para tentar amarrar a riqueza humana com um laço de igualdade. Claro que como o homem é a peste que é, ele está sempre burlando o sistema e muitas vezes com as desculpas mais estapafúrdias. Então vamos dar uma embarcada no argumento de Freud:
"O elemento de verdade que está por trás disso tudo, elemento que as pessoas estão tão dispostas a repudiar, é que os homens não são criaturas gentis que desejam ser amadas e que, no máximo, podem defender-se quando atacadas; pelo contrário, são criaturas entre cujos dotes instintivos deve-se levar em conta uma poderosa quota de agressividade. Em resultado disso, o seu próximo é, para eles, apenas um ajudante potencial ou um objeto sexual , mas também alguém que os tenta a satisfazer sobre ele a sua agressividade, a explorar sua capacidade de trabalho sem compensação, utilizá-lo sexualmente sem seu consentimento, apoderar-se de suas posses, humilhá-lo, causar-lhe sofrimento, torturá-lo e matá-lo. Homo homini lupus ( O homem é o lobo do homem, citado de Plauto). Quem, em face de toda a experiência da vida e da história, terá coragem de discutir essa asserção? Via de regra, essa cruel agressividade espera por alguma provocação, ou se coloca a serviço de algum outro intuito, cujo objetivo também poderia ter sido alcançado por medidas mais brandas. Em circunstâncias que lhe são favoráveis, quando as forças mentais contrárias que normalmente a inibem se encontram fora de ação, ela também se manifesta espontaneamente e revela o homem como uma besta selvagem, a quem a consideração para com a sua própria espécie é algo estranho".  FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização. Rio de Janeiro: Imago, 1974.
HÁ BRAÇOS!

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