19 março 2010

COMPROMISSO NÃO É BRINCADEIRA

O texto que segue em destaque abaixo é o fragmento de um artigo de Dioniso Tamanduá, publicado no boca do inferno número 18, de agosto de 2004. Reparem que é bem anterior à existência do tal balneário.Ele reflete a preocupação que já vínhamos tendo com a serra desde muito tempo e serve para calar especulações de ordem emocional que tentam desviar as críticas feitas recentemente sobre ocupações nos vales e grotas da serra para o palco das intrigas pessoais. Não há questões pessoais. E dizemos mais, não somente o balneário (que certamente deve ter seu lado positivo) fere o que dispõe a legislação federal sobre matas ciliares, como toda propriedade que mantiver cultivo, manejo ou construções nessas áreas. Sabemos que há mais construções e ocupações na subida do boqueirão principal da Canabrava e em outros boqueirões na extensão da Serra Azul uibaiense, algumas antigas. Mas todas, sem exceção, ferem a lei  e mereciam intervenção Federal, Estadual e Municipal.

Em muitas regiões do Brasil em que a agropecuária predatória destruiu nascentes e extinguiu rios, tem surgido os chamados produtores de água. São pessoas que compram propriedades estéreis em que um dia brotaram nascentes e correram regatos, isolam as áreas de nascentes do contato homem/gado e executam uma intensa atividade de replantio de espécies nativas. Com o passar de alguns anos, a depender da intensidade de trabalho de recuperação, as nascentes começam a jorrar e os riachos tornam-se permanentes, garantindo fartura de água de qualidade. Não é nem preciso dizer que isso é possível em Uibaí. Agora, para fazer riacho correr na Canabrava é necessário botar para correr muitos diplomados sem vergonha que patrocinam a destruição da natureza. É preciso arrancar as cercas grileiras, fechar as grotas, proibir criação de bode, de boi e plantação de roça nas imediações de leitos e nascentes. Paralelo a essas ações, convém encaminhar, por meio da educação para a exploração sustentável da natureza, as famílias que dependem da serra para sobreviver. Há muitas alternativas: turismo ecológico; criação de abelhas; fabricação de polpas de frutas silvestres; comercialização de plantas, raízes e ervas medicinais; produção de artesanato etc..


Leiam tembém publicado  no boca do inferno texto:

ACAMPAR SEM DESTRUIR A SERRA



HÁ BRAÇOS!

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