06 março 2010

BOCA DO INFERNO- 51: O FANTÁSTICO PAÍS DAS MARAVILHAS

Lewis Carroll criou o País da Maravilhas por onde fez andar a menininha do mundo cartesiano, cheio de ordem simbólica, Alice. É lendo um livro que ela aparece nas primeiras páginas de Carroll, antes de ser lançada à desordem do País das Maravilhas. Alice é do mundo livresco, da cultura da ordem estabelecida por acordo prévio, do mundo da linguagem, melhor, do torpor de verossimilhança que a língua cria ao nosso redor e em nosso interior. 
A sensação de segurança e de convicção que o mundo de Alice (mundo nosso também) oferece por meio de uma operação de esquecimento do acordo prévio, da montagem lógica que apaga o caos e instaura uma realidade de linearidade plena são destroçados a medida em que Alice mergulha no subterrâneo País das Maravilhas. Em Alice in wonderland, Lewis Carroll arrebenta a representação, a linearidade lógica do  nosso mundo. Carroll enfrenta  Charles Dogson e quem foi Dogson? Um doutor em lógica, um professor de matemática da prestigiada universidade de Oxford. Charles Dogson é Alice e Alice é quem? A pronúncia em inglês do seu nome dá a pista: /éli ci/  sonoridade homófona da combinação do som de duas letras em inglês  "L" e "C" = /éli/ e /ci/ . Quem não diria que "L" e "C" são também as iniciais de Lewis Carroll? Bingo!
Mas por que falar dessa literatura inglesa do século desenove? Sim, porque pretendemos falar do "Pais das Maravalhas" que existe no pé da Serra Azul. Mas isso fica para o próximo texto. Enquanto isso, que tal ler Alice in  wonderland? Como diz aquele aquele coelho do relógio no bolso do colete: -Estou atrasado! Há braços!

Um comentário:

Anônimo disse...

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