04 dezembro 2010

JÁ IA DEIXANDO PASSAR!

O dia 20 de novembro, dia da consciência negra, passou e eu não tive tempo de postar algo em homenagem à data. Para não ficar na dívida vou postar uma carta escrita em 20 de novembro de 1686 pelo Rei de Portugal, endereçada  a certo Marquês das Minas, tratando da igualdade entre os habitantes do Brasil no que se refere ao acesso à educação. A carta quase não é mencionada por esses panfleteiros das causas raciais. Aliás a coincidência entre a data de tal correspondência e a data do dia da consciência negra é intrigante. Confiram, no Português do Rei :
"Honrado Marquez das Minas Amigo. Eu Elrey vos envio muito saudar como aquelle que prezo. Por parte dos mossos pardos dessa Cidade, se me propoz aqui que estando de posse ha muitos annos de estudarem nas Escolas publicas do Collegio dos Religiozos da Companhia, novamente os excluirão e não querião admittir, sendo que nas escolas de Evora e Coimbra erão admitidos, sem que a cor de pardo lhes servisse de impedimento. Pedindo-me mandasse que os taes Religiozos os admittissem nas suas escolas desse Estado, como o são nas outras do Reyno. E pareceo-me que assim he os obrigareis a que não excluão a estes mossos geralmente só pela qualidade de pardos, por que as escolas de sciencias devem ser igualmente comuns a todo o genero de pessoas sem excepção alguma. Escripta em Lisboa a 20 de Novembro de 686. Rey".
Essa maravilha de documento histórico pode ser encontrada no livro Casa-grande e senzala, de Gilberto Freire, pág. 467. Há braços!

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