24 fevereiro 2010

O MUNDO LUMINOSO DE AVATAR

No último fim de semana, assisti ao filme Avatar.  A tecnologia 3D e a computação gráfica de alta definição  operam o milagre de transportar o expectador para o luminoso e singular planeta Pandora, onde vive o povo Na'vi.  A engenhosidade do diretor James Cameron permitiu a criação de uma flora luminosa sem igual e uma fauna também singular em Pandora, uma espécie de planeta satélite. Mas a criatividade do filme para nessa composição original do planeta Pandora e dos seus principais habitantes, os Na'vi, humanóides azuis com mais ou menos três metros e meio de altura, mais parecidos com um cruzamento de lêmures com seres humanos, de cultura visualmente simples, mas espiritualmente intensa.
Na verdade, Avatar combina algumas ideias já apresentadas no filme Matrix: os robôs soldados gigantes, guiados por militares (interface homem/máquina),  a conexão online a  outro mundo e a visão catastrofista da humanidade. Em Avatar, a conexão é um pouco mais ampla. Não apenas os humanos se conectam a um corpo de Na'vi chamado avatar, feito em laboratório com a finalidade de interagir com os nativos, mas todos os animais do planeta têm naturalmente um cabo de conexão que lhes permite unir-se com os demais seres vivos. Por trás das imagens e criaturas fantásticas, o filme discute algumas questões: os seres em conexão com seu mundo muito lembram a ideia original do termo religião, do Latim  religare, ou seja, unir-se novamente ao universo, ao todo, conectar-se novamente. E é mesmo muito cerimoniosa a relação do povo Na'vi com seu mundo. Além desse lado místico, casado com aquele ecologismo primitivo a la Greenpeace, o filme retrata a iniciativa privada e o exército americano como os vilões da história. É o velho antiamericanismo que os liberais de hollywood insistem em embutir aqui e acolá em certas produções cinematográficas. Do interior do mundo dos vilões sairá o mocinho Jake Sully, que se envolverá com Neytiri uma espécie de princesa guerreira Na'vi. Depois do real ataque às Torres Gêmeas, em certo 11 de setembro, agora, para hollywood, o inimigo da américa sai preferencialmente de suas próprias hostes, Obama que o diga. O enredo é fraco, previsível, mas no geral a obra é encantadora. Vale como um sonho curto, porém excitante. Há braços!

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