19 fevereiro 2010

A DIFERENÇA ENTRE PUBLICIDADE E REALIDADE

A maioria dos governos, sobretudo os mais sem vergonha, aprende logo de cara a investir pesado em publicidade. Sabem eles que o povo segue geralmente o que está mais vivo na memória. Assim, boa parte do dinheiro público é despejada em agências de publicidade que se encarregam de criar sobre a realidade degradante, produzida pela ausência do poder público, uma capa paradisíaca... Uma imagem positiva, vencedora, cheia de abundância. Criam, portanto, uma falsa realidade atraente e cobrem com ela a degradação, a decadência e tudo mais que componha o gênero, mantendo na memória do povo a presença constante dessa falsa realidade.
Dissemos em mais de um texto deste caderno que aquela história da autosuficiência energética, dos biocombustíveis, do pré-sal etc., era eleitoreira, era mais bravata política do que realidade. Pois bem, a Petrobras publica agora no seu blog  "fatos e dados" (esse é o nome, embora haja lá mais política e publicidade do que fatos e dados) que importou este mês 1,2 bilhão de barris de gasolina. Ué, mas a Petrobras não é autosuficiente? O  Brasil não é o novo rei do petróleo?
As desculpas são as mais esfarrapadas. O fato é que quem tem autosuficiência não precisa importar, ou o sentido de "autosuficiente" mudou? Que a Petrobrás é uma empresa poderosa e eficiente a gente não questiona, mas que, insuflada pelo petismo, ela aprendeu a investir em propaganda como ninguém isso não se pode ignorar. Há braços!

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