21 agosto 2010

A PODRIDÃO COMO UNANIMIDADE

Unanimidade é um péssimo sintoma, principalmente em política. É um risco que corre essa invenção que é a democracia. Vivemos um momento de unanimidade em torno do lullismo. Isso, por si só, pulveriza o que deveria ser a verdadeira política. Deveríamos ver na atual conjuntura o debate de ideias, o aprofundamento de projetos, o questionamento de modos de operar no meio público, mas nada disso prevalece. O que se presencia é um festival barato de marquetagem, de cinisimo e uma mentirada sem tamanho, típica de quem não tem projeto, ou se tem não pretende discutir e sim impor ao país.
 Há quem evoque os movimentos sociais para se referir à saúde da democracia brasileira. Porém, o  que vigora hoje é uma máscara falsa de pluralidade, maquiavelicamente chamada de movimentos sociais e o que há por trás dos movimentos sociais? Unanimidade e mais unanimidade... Porque, no fundo, não existem movimentos sociais. Existe sim movimentação unívoca e centralizada da esquerda  por trás de fachadas que aglomeram massa dando a ela status de povo, de categoria, de classe ou o que o valha. Na verdade, a pluralidade está ameaçada: o que diverge, o que questiona, na atualidade nada mais faz do que roçar o  caminho para a própria  satanização, o próprio expurgo. Quem sobreviverá ao sufocamento imposto pela gosma autoritária que arrisca a tomar conta de nosso cotidiano? O PT é podre, Lulla é podre, Dilma é podre, a esquerda real  é podre! O que mais nos resta? Há braços! (cosme bafão)

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