24 agosto 2010

LOROTA SOBRE O PLÁSTICO


Posted by PicasaNo último final de semana tirei um tempinho para restaurar o painel da foto ao lado que fiz junto com minha filha no muro aqui de casa. A proposta do painel era transformar lixo em algo agradável e deu certo. Mas além desse interesse, por assim dizer,  sustentável havia principalmente a preocupação em retirar do meio ambiente resíduos plásticos. O que nos impulsionou a escolher o plástico como material reciclável para esse trabalho foi sobretudo aquela ideia amplamente difundida por ongueiros ambientalistas de que esse derivado do petróleo leva 200 anos para se decompor. Assim, o seu uso é altamente reprovável uma vez que polui sem chances de biodegradação a curto prazo. 
Mas por que restaurar o mural? Porque as tampinhas de plástico que deveriam durar 200 anos, na conversa fiada dos ongueiros, estão se desmanchando em pó. Curioso mesmo é que o mural, exposto de sol a chuva, ainda não completou dois anos de existência. Meu mural desmoralizou a tese genérica da militância ecologista. O fato é que eu já desconfiava de que plástico levar 200 anos para se decompor na natureza era uma generalização grosseira, era coisa mal explicada. É claro que devem existir polímeros ou ligas de plástico que duram bastante tempo, até mesmo 200 anos, mas esse parece não ser o caso das garrafas pet com suas tampinhas e das sacolas de supermercado. Portanto, não há justificativa para a generalização. Ainda mais  quando as garrafas pet e as sacolinhas de mercado é que foram eleitas como vilãs ambientais representantes do plástico e elas, como se viu, não resistem por muito tempo ao relento. 
As ligas de plástico que têm maior durabilidade são mais caras. Nesse caso, por uma questão de lógica e de  economia as empresas fabricantes de refrigerantes e usuárias de sacolas de mercado jamais comprometeriam suas receitas com um plástico mais caro em função da durabilidade. Não faz sentido gastar com um produto de custo maior por ser  mais resistente se vasilhames de refrigerante e sacolinhas são para uso descartável de alta rotatividade, o que implica curto tempo em circulação. Desse modo, é perfeitamente compreensível que as tampinhas pet do painel aqui de casa não durem dois anos sem entrar em decomposição. O polímero para um mercado de  de alto consumo como o de refrescos e de tais sacolas tem necessariamente que ser mais barato, daí sua baixa durabilidade. 
Bom, a conversa mole de certos ambientalistas foi pro saco, mas isso justifica o uso e abuso do plástico? Claro que não. A poluição visual e ambiental provocada pelo lixo plástico continua sendo algo desagradável e preocupante, principalmente porque a prática de reciclagem que poderia recolher esse material do meio ambiente ainda é tímida. Hora de reciclar meu mural. Há braços! 

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