29 outubro 2009

O HOMEM SE CONSTROI COTIDIANAMENTE


Às vezes, temos a impressão de que as coisas (incluindo a gente) são significantes vazios ,bombardeados por feixes de desejos, envelopados em imagens e sinais  intermitentes. Ai, ai... Isso parece coisa lacaniana! Mas o fato é que o mundo está cheio de signos, está derramado de ícones, índices, símbolos ou coisas que o valham. A escultura da foto ao lado, de um homem esculpindo a si mesmo, por exemplo, nos parece  um signo complexo, que aglutina formas icônicas, simbólicas e indiciais. Nela, as formas icônicas são também índices e símbolos de uma maneira de ver o homem e a vida. A imagem corresponde exatamente àquela máxima do existencialismo sartriano: "O homem é aquilo que decidiu ser". Mas a semiose nos leva mais longe, quando estamos diante dessa obra de arte interessante.

Mirando demoradamente a estátua, não há como não pensar sobre a nossa própria vida: em como vamos, ao longo dos anos, nos talhando com os escopros da convivência, com o buril dos erros e acertos; em como vamos traçando caminhos entre os altos e baixos do dia a dia, dando forma a um modo de ser e de agir singulares; em como somos indefinidamente inacabados e passíveis sempre de melhora. Essa interessante escultura está na Praça Universitária de Goiânia, quase em frente a Casa de Estudantes Universitários. A praça é uma galeria a céu aberto de uma riqueza comovente. Há braços!

Nenhum comentário: