25 abril 2009

SUPREMA BAIXARIA

Esta semana, o país ficou perplexo diante do bate boca na Suprema Corte entre o ministro Joaquim Benedito Barbosa e o presidente da casa Gilmar Mendes. Barbosão foi indicado por Lula para a cadeira de ministro do Supremo. Gilmarzão foi indicado por FHC. O confronto, mais do que confronto de doutrinas jurídicas, é ideológico. Se a gente for ler a Veja (com seu discurso de PSDB) Gilmarzão vai ser apresentado como o homem ilibado que está ferrenhamente lutando para que o Supremo não vire reunião de sindicato petista, para que o estado de direito não seja vilipendiado em função de interesses ideológicos. Se, por outro lado, a gente for ler a Carta Capital (que é a Veja do PT) Barbosão vai aparecer como o preto pobre que chegou lá e que vai fazer valer os clamores da rua dentro do Supremo. Barbosão vai encarnar o próprio São Benedito instalado na corte como voz dos oprimidos e Gilmarzão não passará de guardião dos direitos da burguesia. Somando as opiniões das duas revistas, a gente percebe a merda em que se transformou o jornalismo brasileiro, se é que um dia já foi mais do que isso. Na verdade, Barbosa e Mendes protagonizaram uma cena triste e deprimente. Faltou aos dois (sobretudo a Barbosa, que abusou de termos de baixa extração) a lhaneza característica dos membros da Corte Suprema. O Supremo não tem que tratar de rua ou gabinete, tem que tratar das leis do país. Da vigilância legal da nação. Do aprimoramento do estado de direito. HÁ BRAÇOS!

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