28 janeiro 2008

MEDIOCRIDADE BEM-SUCEDIDA

É público e notório que os uibaienses, em linhas gerais, sabem muito bem se virar e vencer obstáculos inimagináveis. Da terra seca e inóspita da Canabrava, entranhada na caatinga, a região de Irecê assiste incrédula brotar os mais variados e criativos tipos de artistas, escritores e profissionais de nível superior. Até aqui tudo perfeito, não fosse o estranho fenômeno que acompanha o crescimento de parte do pessoal da caatinga uibaiense. Trata-se de uma espécie de esvaziamento cultural e humano, algo que pode ser comparado com uma perniciosa combinação de ânsia de consumo, necessidade de aceitação e degenerada vontade de poder. Nessa perspectiva, os sujeitos imbuídos de mediocridade, movidos pela desesperada necessidade de aceitação, buscam se afirmar diante da coletividade ostentando uma imagem de bem-sucedidos baseada tão somente na simulação de poder de consumo. Nem é preciso dizer o tanto que isso é nefasto para Uibaí.

Assim, ao lado de coisas boas, sadias, prospera também em nossa terrinha a negativa mediocridade bem-sucedida, baseada na falsa ostentação, no farrismo desmedido e na pobreza mental. Os medíocres não têm dinheiro nem poder, mas andam nas pontas dos cascos vendendo essa imagem. Passam o ano inteiro como personagens principais desse teatro. A gente fica aqui pensando o quão melancólica deve ser a hora em que eles baixam a cabeça no travesseiro, livres da maquiagem diária e experimentam o breve e inevitável encontro com seu vazio existencial, com sua pobreza de espírito. Por que eles não fazem o favor de se suicidarem logo? Seria uma boa contribuição para a mudança da Canabrava.
Há braços!

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